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O grande risco por trás das reservas de bitcoin em empresas, segundo gestora de US$ 1,5 trilhão

Franklin Templeton afirma que futuro das reservas corporativas de bitcoin ainda é incerto, apontando riscos da prática

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 3 de julho de 2025 às 15h27.

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A Franklin Templeton divulgou um relatório nesta semana em que afirma que a criação de reservas de bitcoin por empresas possui riscos e um futuro "incerto". Com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos sob gestão, a empresa disse que a estratégia pode resultar em um "cenário perigoso" tanto para as companhias quanto para o mercado de criptomoedas.

Analistas da gestora destacaram que a criação de reservas corporativas da criptomoeda disparou nos últimos meses, com mais empresas aderindo ao movimento ou expandindo suas reservas. Além disso, companhias começaram a ir além do bitcoin, criando reservas de outros ativos.

Dados mais recentes indicam que, apenas no caso do bitcoin, 135 empresas com ações negociadas em bolsas de valores ao redor do mundo já criaram reservas. Recentemente, companhias também anunciaram a criação de reservas de ether, Solana e de BNB.

O movimento é inspirado na Strategy, antiga MicroStrategy, que criou uma reserva de bitcoin há mais de quatro anos e se estabeleceu como a maior detentora institucional do ativo. Desde 2024, as ações da empresa têm tido uma forte valorização exatamente devido à estratégia.

Em geral, as aquisições ocorrem após captações privadas de capital, como por ofertas secundárias de ações ou emissão de dívida corporativa. A Franklin Templeton destaca que a estratégia permite reunir capital rapidamente, com poucos custos e com ativos mais valiosos que as próprias criptomoedas.

"Curiosamente, a volatilidade dos ativos digitais, que geralmente é vista como um risco, se tornou um fator-chave para destravar essa estratégia. A volatilidade aumenta o valor intrínseco de opções nos instrumentos financeiros, como as notas conversíveis", pontua a gestora.

Riscos das reservas de cripto

Entretanto, o modelo também tem os seus riscos. Um excesso de ofertas de ações pode diluir demais o capital acionário das empresas e prejudicar acionistas anteriores, tornando a operação menos atrativa e dificultando a captação de recursos para a compra de criptomoedas.

O maior risco, porém, é que quedas acentuadas nos preços de criptomoedas criem um "loop negativo" em que as empresas precisariam vender ativos para proteger o valor das ações, o que faria as criptomoedas desvalorizarem ainda mais. O resultado é um ciclo negativo, em que quedas puxam vendas e vendas geram novas quedas.

"O modelo de tesouraria corporativa com criptomoedas representa uma nova fase na adoção institucional de criptomoedas, mas não está isento de riscos. A capacidade de manter um prêmio sobre o valor patrimonial líquido e navegar pela volatilidade do mercado será crucial para o sucesso dessas empresas a longo prazo", avalia a Franklin Templeton.

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