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Governo mantém suspensão de 'incentivos' com criptomoedas por registro de íris no Brasil

ANPD negou recurso da Tools for Humanity e alegou riscos em torno do projeto World, que usa criptomoedas e verifica a ‘humanidade’ dos usuários

Criptomoedas: governo manteve suspensão de incentivos financeiros pela World (Worldcoin/Divulgação)

Criptomoedas: governo manteve suspensão de incentivos financeiros pela World (Worldcoin/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 17h12.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 17h28.

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A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) recusou nesta quarta-feira, 6, um pedido da empresa Tools for Humanity para reverter a suspensão da concessão de "incentivos financeiros" para o registro de íris. A operação faz parte do projeto World, criado por Alex Blania e Sam Altman e que busca verificar a "humanidade" de seus usuários.

A decisão foi tomada pelo conselho diretor do órgão e publicada no Diário Oficial da União. Segundo a ANPD, a recusa ocorreu devido à "insuficiência de elementos que indiquem que os riscos identificados pela medida preventiva foram mitigados ou mesmo eliminados".

Em resposta, a Tools for Humanity afirma que "respeitosamente discorda da interpretação da ANPD e pretende buscar medidas legais adicionais para esclarecer a questão". Tanto os incentivos em criptomoedas para usuários quanto os registros de íris foram suspensos pela empresa.

A alternativa proposta pela organização para tentar retomar as operações envolveria a distribuição de criptomoedas como recompensa em um programa de indicação, em que o usuário receberia os ativos depois de indicar o aplicativo da World para conhecidos.

"Programas de indicação são uma prática comum no Brasil e amplamente usados em setores aéreo, financeiro, telecomunicações e de pagamentos — inclusive por instituições públicas. Acreditamos que a implementação de um programa de indicação atende à decisão técnica preliminar da Autoridade e cumpre com os requisitos da LGPD", alega.

Apesar da nova recusa, a World diz que "continuará trabalhando junto à ANPD e seguirá o processo legal conforme estabelecido, enquanto permanece comprometida em expandir o acesso à tecnologia de prova de humanidade no Brasil. Essa importante tecnologia continuará disponível para os brasileiros em locais selecionados, de forma limitada".

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A primeira decisão da ANPD sobre a World foi divulgada em 24 de janeiro, meses depois do início das operações no Brasil. O projeto usa equipamentos chamados de Orb para escanear a íris dos usuários. Segundo a World, o registro é deletado e substituído por um código aleatório que serve como a "prova de humanidade". Após a operação, o usuário também pode reivindicar periodicamente a criptomoeda worldcoin.

A ANPD compartilhou preocupações sobre a forma como a World lida e protege dados sensíveis, em especial os biométricos de íris, e destacou que a oferta de criptomoedas influencia na escolha dos usuários. Em entrevista recente à EXAME, a nova líder da Tools for Humanity no Brasil disse que a empresa segue comprometida a retomar as operações da World no país.

Desde o lançamento em 2023, a World enfrenta investigações ou ordens de suspensão em diversos países, como Argentina, Coreia do Sul, Portugal, Espanha e França. Em geral, as autoridades dos países compartilham as mesmas preocupações em torno do gerenciamento de dados sensíveis e imutáveis do público.

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