Governo da Alemanha movimentou quantia bilionária de bitcoins (reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 9 de julho de 2024 às 16h28.
O governo da Alemanha já vendeu ao menos US$ 1,57 bilhão (mais de R$ 8,5 bilhões, na cotação atual) em bitcoin desde que começou a movimentar unidades da criptomoeda em junho deste ano. O movimento tem sido um dos maiores responsáveis pela queda recente do ativo.
Dados reunidos pela plataforma de inteligência de dados Arkham Intel apontam que, no momento, o governo do país possui cerca de 22,8 mil unidades da criptomoeda, menos da metade das 50 mil unidades obtidas pelas autoridades alemãs em janeiro deste ano após uma operação policial.
O valor indica que mais da metade dos bitcoins apreendidos de criminosos no início do ano já foram enviados para corretoras de criptomoedas. Tradicionalmente, os envios para carteiras digitais de exchange antecedem a venda desses ativos, mas na prática apenas o governo alemão poderia confirmar a venda.
Até o momento, as autoridades da Alemanha não se pronunciaram sobre a decisão de vender os ativos e não derem indícios de uma possível pausa ou continuidade dessas vendas. Nesta terça-feira, 9, cerca de US$ 300 milhões em criptomoedas foram transferidos para corretoras.
Ao mesmo tempo, nesta semana a corretora Bitstamp retornou US$ 96 milhões em bitcoins enviados anteriormente pelas autoridades alemãs. Para especialistas, o valor foi devolvido devido à incapacidade de vender os ativos na faixa de preço desejada pelas autoridades.
As primeiras movimentações foram identificadas no mercado cripto em junho deste ano, mas ganharam força na última semana.
Desde então, o bitcoin tem sido prejudicado por uma forte pressão de venda no mercado, com muitos investidores se antecipando às vendas pelo governo da Alemanha e temendo outro movimento de venda por parte dos antigos clientes da Mt. Gox, que começou a ressarcir os investidores.
A estratégia do governo da Alemanha também divergiu da de países que armazenam criptomoedas apreendidas, como os EUA e o Reino Unido. Em geral, as vendas ocorrem via leilão e em quantidades pequenas, evitando impactos no mercado como o causado pelos alemães.