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Galípolo diz que moedas digitais ‘bagunçam a lógica de gestão de política monetária’

Presidente do Banco Central argumenta que Drex é diferente de outras moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês)

 (Heitor Pinheiro/Divulgação)

(Heitor Pinheiro/Divulgação)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 16h06.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 16h18.

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Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil, participou da quarta edição do Blockchain.RIO, evento focado na tecnologia que ocorre nesta quarta-feira, 6. A autoridade monetária desenvolve o Drex, que pretende ser a infraestrutura digital das finanças brasileiras. Segundo Galípolo, o Drex possui diferenças cruciais para as outras moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).

“Quando a gente fala do Drex, a gente não está falando exatamente daquilo que é uma CBDC clássica da literatura. Com a CBDC, em última instância, você rompe com uma lógica que está presente na teoria econômica e vai passar a transformar esses depósitos que as pessoas mantêm em CBDC em passivo. O que eu quero dizer com isso? Existe uma grande discussão entre economistas sobre o que se chama de moeda endógena e moeda exógena”, disse Galípolo.

“A oferta de moeda é dada na economia pelo governo, pela autoridade monetária, pelos bancos centrais, ou ela é dada pelos bancos? Qual desses dois atores oferta moeda no sistema? Isso foi discutido durante muito tempo, e hoje todos os bancos centrais vão dizer que nós partimos do pressuposto de que a moeda é endógena. Ou seja, de uma mesma quantidade de moeda, os bancos podem decidir colocar em circulação mais ou menos moeda. É a decisão de emprestar do banco que produz oferta de moeda. Por uma mesma quantidade de moeda disponível que existe, você pode ter diferentes tipos de oferta de moeda no sistema, em razão da ideia de uma moeda endógena. Por isso que os bancos centrais não controlam o agregado monetário no sentido de quantidade de moeda que você tem ali. Você vai controlar a taxa de juros para inibir ou estimular se os bancos concedam mais crédito ou menos crédito, e por isso você vai estimular ou desestimular a economia”, acrescentou.

“Por isso que o número migra para essa lógica de gestão de política monetária. A CBDC bagunça um pouquinho isso, porque ela é uma ideia de uma moeda realmente emitida pelo banco central. Você meio que encurta esse caminho entre a ponta do dinheiro chegando, que até hoje está na intermediação bancária, que são os bancos fazem e o banco central. No caso do Drex, ele não configura exatamente isso, ele se aproxima muito mais”, concluiu.

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