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Fundador da FTX recebeu empréstimo de R$ 5,4 bilhões da própria empresa

Pedido de falência realizado pelo responsável pela reestruturação da corretora critica o ex-CEO, Sam Bankman-Fried

Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX que perdeu 94% de sua fortuna em um dia (FTX/Reprodução/Reprodução)

Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX que perdeu 94% de sua fortuna em um dia (FTX/Reprodução/Reprodução)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 18 de novembro de 2022 às 08h00.

O ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, recebeu um empréstimo pessoal de US$ 1 bilhão de uma das quatro empresas que ele fundou e estão envolvidas no colapso da corretora de criptomoedas, segunda maior do mundo até poucas semanas atrás.

Uma declaração formal no pedido de falência, conhecido como Capítulo 11, em andamento pelo novo CEO da FTX, John Ray, revelou mais uma apropriação indevida de fundos por SBF, como o empresário é popularmente conhecido.

(Mynt/Divulgação)

De acordo com o processo, a Alameda Research emprestou US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões, na cotação atual) diretamente à Bankman-Fried, enquanto o diretor de engenharia da FTX, Nishad Singh, também recebeu um empréstimo de US$ 543 milhões da empresa.

Ray, famoso por ser o responsável por juntar os cacos após o infame colapso da Enron, foi contundente em seu pedido inicial ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos. Ele chegou a descrever a situação como a "pior" que já viu em sua carreira, destacando a “completa falha dos controles corporativos” e a ausência de informações financeiras confiáveis.

“Desde integridade de sistemas comprometidos e supervisão regulatória defeituosa no exterior até a concentração de controle nas mãos de um grupo muito pequeno de indivíduos inexperientes, não sofisticados e potencialmente comprometidos, essa situação é sem precedentes", ressaltou.

O pedido de falência procurará implementar controles de contabilidade, auditoria, segurança cibernética, recursos humanos, proteção de dados e outros sistemas para quatro grupos de empresas associadas à organização corporativa da FTX.

O desembolso de fundos da corretora de criptoativos também foi altamente disfuncional, de acordo o novo CEO:  “Por exemplo, funcionários do Grupo FTX enviaram solicitações de pagamento por meio de uma plataforma de ‘chat’ on-line, onde um grupo heterogêneo de supervisores aprovava desembolsos respondendo com emojis personalizados".

Ray também observa que os fundos corporativos foram usados ​​para comprar casas e itens pessoais para funcionários e consultores, com falta de documentação para transações, incluindo empréstimos.

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