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Fundador da FTX pode ter fiança revogada e voltar à prisão nos EUA

Juiz afirmou que há “causa provável” para acreditar que Sam Bankman-Fried se envolveu em atividades proibidas

Sam Bankman-Fried foi preso após a falência da corretora de criptomoedas FTX (Bloomberg/Getty Images)

Sam Bankman-Fried foi preso após a falência da corretora de criptomoedas FTX (Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 11h43.

Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas falida FTX, pode ter sua liberdade condicional revogada nos Estados Unidos depois que um juiz federal disse que há evidências para acreditar que o ex-magnata do mundo cripto pode ter se envolvido em uma tentativa de influência de testemunhas.

Durante uma audiência realizada em 16 de fevereiro sobre as condições de fiança de Bankman-Fried, o juiz Lewis Kaplan disse que havia “causas prováveis para acreditar que ele [Bankman-Fried] cometeu ou tentou cometer um crime federal enquanto estava em liberdade, no caso, a adulteração de testemunhas”, segundo diversos relatos.

Kaplan sugeriu que isso poderia “concebivelmente” levar o fundador da corretora de criptomoedas de volta à prisão até seu julgamento em outubro.O juiz observou, no entanto, que a audiência de 16 de fevereiro não foi uma audiência de revogação da fiança, mas acrescentou que “poderia chegar lá, concebivelmente".

"Por que estou sendo solicitado a soltá-lo neste jardim de dispositivos eletrônicos?" Kaplan teria questionado. O professor de direito Richard Painter ecoou o sentimento de Kaplan em uma postagem no Twitter nesta sexta-feira, 17, sugerindo que influenciar testemunhas pode não ser uma boa ideia, dadas as circunstâncias atuais.

“A coação de testemunhas quando se está sob fiança é uma ótima forma de voltar para a prisão", comentou o professor. Em 15 de fevereiro, os promotores pediram ao juiz Kaplan que restringisse ainda mais o uso de dispositivos eletrônicos por parte de Bankman-Fried a um único computador e celular, ambos monitorados.

Os promotores apontaram o uso recente do dispositivo de Bankman-Fried como motivo de preocupação, buscando restringir e monitorar ainda mais o uso “com exceções limitadas". Durante a audiência, Kaplan sugeriu que era ingenuidade acreditar que essas restrições o impediriam de usar a internet, visto que Bankman-Fried mora com seus dois pais, que têm seus próprios laptops e celulares.

O promotor Nicholas Roos aparentemente concordou, sugerindo que pode não haver uma “solução eficiente”. Então, Kaplan sugeriu que a revogação da fiança de Bankman-Fried poderia eliminar esses riscos, observando: “existe uma solução, mas ainda não foi proposta por ninguém".

Os advogados de Bankman-Fried, no entanto, argumentaram que precisam do ex-CEO da corretora de criptomoedas para trabalhar em sua defesa para o julgamento sobre a falência da empresa, alegando que “não podemos examinar esses extensos registros financeiros sem ele".

Bankman-Fried está proibido de usar determinados aplicativos de mensagens desde 9 de fevereiro, depois que foi descoberto que ele entrou em contato com possíveis testemunhas do caso FTX. Ele também foi temporariamente proibido de usar uma VPN para acessar a internet depois que os promotores o acusaram de usá-la em duas ocasiões, em 29 de janeiro e 12 de fevereiro.

A proibição da VPN não foi estendida na audiência de 16 de fevereiro. Muitas pessoas dentro e fora da comunidade de criptomoedas expressaram descrença com o fato de que que Bankman-Fried ainda não teve sua fiança revogada sob as circunstâncias atuais.

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