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FTX lança site para clientes recuperarem investimentos, mas portal tem instabilidade

Corretora de criptomoedas declarou falência em novembro de 2022 e planeja iniciar, nos próximos meses, pagamentos para credores

FTX declarou falência nos Estados Unidos em novembro de 2022 (Reuters/Reuters)

FTX declarou falência nos Estados Unidos em novembro de 2022 (Reuters/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 11 de julho de 2023 às 16h36.

Última atualização em 11 de julho de 2023 às 16h56.

A corretora de criptomoedas FTX lançou nesta terça-feira, 11, um site para que os antigos clientes da exchange possam solicitar a devolução dos valores depositados por eles na empresa e que estão bloqueados desde a falência da companhia, em novembro de 2022. Poucas horas depois da estreia, porém, o portal enfrenta instabilidades e está fora do ar para diversos usuários.

Ao abrir o link do site, há uma única mensagem: "Este portal está indisponível no momento. O Portal para Requisição de Consumidores criado pelos devedores da FTX está fora de serviço no momento. Tente acessar novamente mais tarde. Apreciamos sua paciência neste momento".

Anteriormente, o site mostrava um cronograma planejado pela empresa para realizar as devoluções de fundos de seus clientes. A primeira etapa seria o preenchimento, por parte de cada cliente, das informações referentes a seus investimentos na corretora de criptomoedas, que chegou a ser a segunda maior do mundo antes de falir.

Até o momento, a FTX não se pronunciou sobre uma previsão para o retorno do site. Também não há uma previsão clara, com datas, sobre quando os ressarcimentos ocorrerão e qual será a ordem de prioridade de devolução. A empresa declarou falência nos Estados Unidos, e portanto está sujeita às leis do país.

Em junho, a FTX informou que ainda deve US$ 8,7 bilhões para diferentes credores e que investigações realizadas após a falência mostram que a empresa utilizava o dinheiro de clientes indevidamente “desde o início”, misturando-o com os próprios fundos da empresa para diferentes operações.

“A imagem que o FTX Group procurou retratar como o líder focado no cliente da era digital era uma miragem”, disse John Ray III, o novo CEO que está tentando recuperar dinheiro para investidores, em um comunicado. “Desde o início da corretora FTX.com, o Grupo FTX combinou depósitos de clientes e fundos corporativos e os utilizou de forma indevida com abandono sob a direção e por design de executivos seniores anteriores".

John Ray III foi contratado após a saída de Sam Bankman-Fried, o fundador e então CEO da empresa. Com um julgamento marcado para outubro deste ano, Bankman-Fried enfrenta uma série de acusações da corte americana. Antes da falência, no entanto, ele figurava entre os principais nomes da indústria de criptomoedas.

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Falência da FTX

Pelas leis americanas, os clientes que tinham criptomoedas depositadas na FTX entram na categoria de "pedidos não verificados e sem prioridade", o que significa que a corretora precisará quitar suas dívidas com outros credores antes de começar a ressarcir os clientes.

O processo começou com o envio de um código que reúne todas as informações da exchange sobre possíveis ativos que estão presos em seu sistema após a falência. Entretanto, será preciso que cada cliente entre com uma submissão de "prova de requisição", confirmando que eles realmente possuem os fundos informados. O site foi criado para isso.

A FTX disponibilizava uma série de ativos para negociação, incluindo os mais famosos como o bitcoin e a stablecoin USDC. A quebra da FTX pegou o mercado de surpresa em novembro de 2022. O caso começou quando o balanço da empresa de investimentos Alameda Research revelou uma alta quantidade de tokens nativos da exchange, o FTT. As duas companhias eram controladas por Sam Bankman-Fried.

Em pouco tempo, o mercado identificou o uso de fundos de clientes pela FTX para ajudar a Alameda, o que levou a uma onda de pedidos de saques na corretora. Devido à falta de liquidez, a empresa não conseguiu arcar com todas as demandas, e precisou declarar falência, impossibilitando a recuperação de fundos pelos clientes.

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