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FTX gastou R$ 210 milhões com alimentação e hotéis de luxo, revelam documentos

Corretora de criptoativos falida teve gastos excessivos nas Bahamas nove meses antes de revelar problemas financeiros

Corretora de criptoativos FTX também fez inúmeras doações para instituições de caridade nas Bahamas (Reuters/Reuters)

Corretora de criptoativos FTX também fez inúmeras doações para instituições de caridade nas Bahamas (Reuters/Reuters)

Cointelegraph Brasil

Cointelegraph Brasil

Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 11h30.

Última atualização em 9 de janeiro de 2023 às 11h58.

O braço nas Bahamas da corretora de criptoativos FTX gastou uma quantia impressionante de dinheiro em hotéis e acomodações de luxo, passagens de avião e alimentação nos nove meses que antecederam o colapso da exchange, revelaram documentos do processo judicial contra a empresa.

De acordo com os documentos do tribunal de falências analisados pela Business Insider, a FTX Digital Markets gastou US$ 40 milhões (cerca de R$ 210 milhões, na cotação atual) entre janeiro e setembro, antes de declarar falência em novembro por “problemas de liquidez”.

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Mais de US$ 15 milhões foram gastos em hotéis e acomodações de luxo, sendo US$ 5,8 milhões em um resort o Albany Hotel. Este é o resort de luxo onde o ex-CEO da corretora de criptoativos Sam Bankman-Fried morava em uma cobertura de US$ 30 milhões até ter sua prisão decretada, segundo a reportagem.

Cerca de US$ 3,6 milhões foram gastos no Grand Hyatt, um hotel quatro estrelas que hospedou a realeza britânica em março. Também foram gastos US$ 800 mil no resort cinco estrelas Rosewood.

Além disso, quase US$ 7 milhões foram gastos em refeições e serviços de entretenimento. Cerca de metade desse valor foi gasta em serviços de alimentação, de acordo com os documentos. Quase US$ 4 milhões foram gastos em voos e mais de US$ 500 mil foram usados em serviços postais e entregas.

A FTX até fez um acordo privado com uma transportadora aérea para entrega de pedidos da Amazon a partir de um depósito em Miami, já que o gigante do comércio eletrônico não fazia entregas nas Bahamas, de acordo com o Financial Times.

O Financial Times acrescentou que a empresa também fornecia ao todos os funcionários da corretora de criptoativos nas Bahamas um “conjunto completo de carros com cobertura para gastos com combustível [e] viagens ilimitadas para qualquer escritório da exchange em todo o mundo, com despesas totais pagas".

Em dezembro, uma ex-funcionária revelou a extensão dos gastos excessivos da empresa com artigos de luxo, dizendo que a FTX era “semelhante a um culto”. “Toda a operação foi ineficiente de forma icônica e idiota”, disse ela na época.

A FTX também fez inúmeras doações para instituições de caridade e organizações locais nas Bahamas. Há especulações de que algumas dessas doações feitas pela corretora de criptoativos podem ter de ser devolvidas enquanto a ilha caribenha tenta seguir em frente, de acordo com uma reportagem publicada em 8 de janeiro na mídia local.

Bankman-Fried se declarou inocente de oito acusações criminais no Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York em 3 de janeiro.

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