Procurador-geral acredita que economia das Bahamas terá impactos limitados após quebra da FTX (Reuters/Reuters)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 28 de novembro de 2022 às 10h28.
Última atualização em 28 de novembro de 2022 às 10h38.
O procurador-geral das Bahamas e ministro de Assuntos Jurídicos, Ryan Pinder, confirmou que a corretora falida de criptoativos FTX é está sendo alvo de uma investigação “ativa e contínua” pelas autoridades do país caribenho.
Em uma declaração oficial que foi divulgada no domingo, 27, Pinder explicou que os “assuntos da FTX Digital Markets” estão sob escrutínio de “autoridades civis e criminais” das Bahamas, que estão trabalhando com "vários especialistas e continuarão a fazê-lo conforme a necessidade".
“A Comissão de Valores Mobiliários, nossa unidade de inteligência financeira e a unidade de crimes financeiros da Força Policial Real das Bahamas continuarão investigando os fatos e as circunstâncias relacionadas à crise de insolvência da FTX e quaisquer possíveis violações da lei das Bahamas”, acrescentou.
Pinder também revelou que as autoridades competentes das Bahamas buscarão responsabilizar quaisquer empresas ou indivíduos que tenham cometido alguma irregularidade durante a investigação, enquanto cooperam com outras agências reguladoras e órgãos de aplicação da lei em todo o mundo.
“Esses eventos nos lembram das lições aprendidas com títulos e outras regulamentações financeiras sobre a necessidade de uma forte cooperação internacional. O público em todo o mundo será melhor atendido por uma forte cooperação regulatória internacional”, disse ele.
A Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas suspendeu a licença da FTX Digital Markets para conduzir negócios no país e destituiu os diretores de seus cargos em 10 de novembro.
Em 12 de novembro, eles ordenaram a transferência de todos os ativos digitais da FTX para uma carteira digital de propriedade da comissão por "segurança".
Pinder mencionou que a autoridade reguladora do país tomou outras medidas de proteção aprovadas pela Suprema Corte, mas se recusou a dar mais detalhes até “estarmos confiantes de que isso não prejudicará nenhum aspecto das investigações em andamento".
O procurador-geral aproveitou a oportunidade para criticar a moção de emergência de 17 de novembro da FTX Trading Limited, que acusou o governo das Bahamas por “direcionar acesso não autorizado aos sistemas dos devedores” após o início do processo de falência nos Estados Unidos.
Ele chamou as acusações de “totalmente lamentáveis” por deturpar “a ação oportuna da Comissão de Valores Mobiliários”, ao mesmo tempo em que defendeu todas as medidas tomadas pelo regulador do país até agora.
As Bahamas encorajaram as empresas de criptomoedas a se estabelecerem no país como forma de fomentar o seu desenvolvimento econômico, mas agora a nação insular está sentindo os efeitos negativos do colapso da FTX.
O país também foi duramente atingido pelo furacão Dorian em 2019 e pela pandemia de Covid-19 a partir de 2020, prejudicando uma economia que é fortemente baseada no turismo. Com o fim da FTX, muitas vagas de emprego foram fechadas nas Bahamas.
Mas Pinder destacou sua crença de que, apesar das “tragédias pessoais” associadas ao colapso do FTX, espera “pouco contágio além da esfera dos ativos digitais, tanto aqui nas Bahamas quanto em todo o mundo".
Ele fez referência à previsão da agência de avaliação de risco Standard & Poor's para as Bahamas divulgada em 22 de novembro, que delineou uma perspectiva estável, citando o desempenho do setor de turismo.
“A Standards and Poor's projetou uma perspectiva estável para a nossa economia, baseada em parte na suposição de que não haverá impacto material adverso nas Bahamas devido ao colapso mundial da FTX”, observou Pinder.
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