FTX: corretora falida vai começar pagamentos para clientes (Reuters/Reuters)
Repórter do Future of Money
Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 14h19.
A corretora falida de criptomoedas FTX anunciou nesta terça-feira, 17, que vai começar os pagamentos para seus antigos clientes no "início de 2025", com previsão de conclusão da primeira parte dos ressarcimentos até o início do mês de março. O plano foi aprovado pela Justiça dos Estados Unidos, mas é alvo de críticas por parte dos investidores.
Em um comunicado, a empresa explicou que o plano de ressarcimentos deverá entrar em efeito em 3 de janeiro. A partir daí, as primeiras transferências para clientes deverão ocorrer em até 60 dias, seguindo uma lista de critérios que determinou a ordem de pagamentos nos próximos meses.
Responsável por administrar a massa falida da FTX, John Ray III disse que "estamos bem posicionados para começar a executar a distribuição das recuperações a todos os clientes e credores e incentivamos os clientes a concluir as etapas necessárias para começar a receber as distribuições em tempo hábil".
A FTX lançou um site para que clientes afetados pela quebra da corretora e sem acesso aos fundos depositados possam se identificar e informar como querem receber os valores. As transferências ocorrerão por meio das corretoras de criptomoedas BitGo e Kraken.
"Fique atento a e-mails de phishing que podem parecer provenientes da FTX e sites fraudulentos que podem parecer com o Portal do Cliente da FTX. Este é outro lembrete de que a FTX nunca solicitará que você conecte suas carteiras digitais" destacou o comunicado.
Cálculos apontam que o prejuízo dos clientes com a quebra da FTX chegou à casa dos US$ 30 bilhões. O plano de pagamentos foi aprovado pela Justiça dos Estados Unidos em outubro deste ano, e a corretora chegou a cogitar um início de pagamentos ainda em 2024, o que não ocorreu.
Mesmo com a aprovação, o plano foi duramente criticado pelos clientes da exchange falida. A corretora vai pagar o valor que os clientes tinham na exchange considerando a cotação das criptomoedas no momento da quebra, mais um valor adicional de juros, totalizando 118% do total de ativos.
Entretanto, desde a quebra da FTX em 2022, o mercado cripto teve uma forte valorização. O bitcoin, por exemplo, estava abaixo dos US$ 20 mil quando a falência ocorreu e hoje é cotado acima dos US$ 105 mil. Pelo plano, um cliente não receberia as unidades de bitcoin com esse preço, mas sim o valor de US$ 20 mil.
A falência da FTX representou exatamente o ponto mais baixo do preço de diversas criptomoedas n último ciclo do mercado, ou seja, os investidores teriam um lucro muito maior se recebessem as unidades dos ativos ao invés do valor em dólar naquele momento.