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Fracasso? Criptomoeda de Trump queria atrair US$ 300 milhões, mas não passou de US$ 12 milhões

Projeto World Liberty Financial foi criticado por falhas em site e proibição de venda por parte dos compradores por um ano

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 15h14.

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Apoiada oficialmente por Donald Trump e seus três filhos, a World Liberty Financial esperava que o lançamento da sua criptomoeda, a WLFI, no mercado fosse ser um sucesso. Documentos internos do projeto indicavam uma projeção de até US$ 300 milhões em compras. A realidade, porém, foi mais dura: dias depois do lançamento, o ativo atraiu menos de US$ 12 milhões em investimentos.

Dados da plataforma Dune Analytics indicam que, desde a estreia na última terça-feira, 15, cerca de 819 milhões de unidades do ativo foram adquiridos. O montante pode parecer grande, mas é pequeno se comparado à oferta total da WLFI, de 20 bilhões de unidades.

O desempenho abaixo do esperado fez com que o mercado compartilhasse possíveis justificativas para o baixo interesse. A principal foi a necessidade de que as vendas da criptomoeda ficassem limitadas a investidores de alta renda e instituições financeiras dos Estados Unidos, restringindo o público comprador potencial.

Houve, ainda, uma série de problemas técnicos enfrentados pelo site do World Liberty Financial logo na primeira hora após a liberação de compras. O problema chegou a ser resolvido, mas pode ter afastado investidores que estavam interessados no ativo digital.

Entretanto, a criptomoeda e o projeto também foram alvos de críticas. A principal é a proibição de vendas dos ativos adquiridos pelos próximos 12 meses, o que impede a criação de um mercado secundário ou a chance dos investidores realizarem lucros em caso de valorização do ativo.

Com exceção dos problemas técnicos, as outras questões já eram conhecidas pelo mercado. Mesmo assim, a empresa de análises Nansen afirmou que é "surpreendente" que a estreia do ativo tenha ficado "tão abaixo das expectativas", já que ele foi intensamente promovido por Donald Trump.

"Isso pode sugerir que o público principal de Trump não está tão envolvido com as criptomoedas quanto esperado, possivelmente devido a limitações na participação de investidores de varejo", avaliou a empresa em uma nota divulgada à imprensa.

A Nansen pontua ainda que "embora esta seja uma barreira compreensível, ela levanta questões sobre o interesse mais amplo deste grupo demográfico em cripto". Ela projeta ainda que a avaliação de capitalização inicial do projeto, em US$ 1,5 bilhão, provavelmente também contribuiu com desempenho ruim, afastando investidores mais especulativos e que buscam projetos com potencial maior de valorização.

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