(Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 24 de abril de 2023 às 13h47.
Última atualização em 24 de abril de 2023 às 13h54.
Existem 8 bilhões de pessoas no planeta e quase 3,1 bilhões são gamers. Os jogos são um fenômeno incontestável de popularidade e ganharam ainda mais adeptos quando passaram a caber no bolso. Todo smartphone é um pequeno console, que pode ser usado no ônibus ou na praia.
A indústria de games hoje é bastante diversa, ampla e muito lucrativa. Em 2022, segundo a Statista, movimentou US$ 184,5 bilhões, considerando a venda de consoles, jogos e as microtransações de jogos mobile. E, apesar de não ser considerada tão glamourosa quanto a de Hollywood, já fatura seis vezes mais do que a do cinema.
Em franco desenvolvimento, os jogos estão se expandindo a territórios antes inimagináveis, como o financeiro. A Web3 tem sido responsável por fazer uma grande transformação nesse cenário e, acreditem, estamos apenas no início.
O blockchain abre um universo totalmente novo para os fãs de games. A tecnologia alavanca a interação dos jogadores com as histórias e com outros jogadores, e eleva as ferramentas do jogo ao próximo patamar, ao permitir a propriedade real dos itens com recursos de NFT.
Soma-se a isso a criação de toda uma economia própria dentro de cada game, especialmente desenhada para os usuários também faturarem e não apenas as empresas, como acontece com os jogos tradicionais.
Não conseguiu entender muito bem? Não tem problema, vou detalhar a seguir.
Eles são a evolução dos games e seu motor propulsor é o blockchain. A tecnologia abriu caminho para a criação dos contratos inteligentes, que, por sua vez, impulsionaram o NFT.
Com os tokens não fungíveis, a Web3 dá aos jogadores a oportunidade de ter a propriedade real de seus itens no jogo, sejam avatares, personagens, espadas, skins ou eventualmente outros elementos que compõem este universo.
Os usuários trilham seus caminhos dentro do jogo e vão ganhando novos recursos ao progredir. De posse real de seus bens, podem escolher se desejam mantê-los, negociá-los com outros jogadores ou monetizá-los de outras formas (vamos ver mais adiante).
Ao ser dono de um NFT, você tem a propriedade real do ativo, com todos os direitos associados a ele, assegurados pelo blockchain. Por isso, pode comprar e vender a qualquer momento, da forma que lhe convier e pelo preço que determinar.
Na Web2, no entanto, os itens de jogo dos gamers são mantidos em servidores privados, limitando a integração do usuário.
A terceira geração da web permite a criação inédita de toda uma economia de jogo que favorece a posse e o controle de ativos por seus usuários. Esses bens ficam no ambiente descentralizado e sem permissão (permissionless) do blockchain.
Isso faz toda a diferença, porque o poder de influenciar o valor dos ativos fica, em maior parte, nas mãos da comunidade, e não nas mãos dos desenvolvedores, como nos jogos tradicionais.
Assim, os gamers sabem que, quanto mais investirem no jogo, mais ganhos podem ver no mundo real.
Aí está um grandíssimo trunfo da Web3: a interoperabilidade.
Isso significa que o gamer dono de um item em um jogo específico pode escolher usá-lo em outra plataforma. Ou seja: os silos deixam de existir para se estabelecer um ecossistema amplo que não limita mais o jogador (nem seus ativos).
A interoperabilidade está engatinhando ainda, mas ao avançar e amadurecer sem dúvida será um divisor de águas na indústria dos games.
Os jogadores são livres para negociar os seus NFTs e monetizá-los como quiser. Como falamos, na Web3, os usuários viram proprietários reais de seus bens, que estão à sua disposição e não presos em algum servidor centralizado como na Web2.
A economia dos jogos em blockchain abre espaço ainda para participantes do mercado que não apenas os jogadores. Os itens podem ser vendidos em mercados secundários e atrair interessados como colecionadores e até pessoas com a intenção única de lucrar com eles.
Na Web2, a intenção do estúdio é monetizar o máximo possível em cima do usuário. Então, histórias envolventes e apelos visuais são combinados para criar uma experiência hipnotizante para o jogador. Assim, ele vai sendo levado a desembolsar para avançar.
Diferentemente dos jogos tradicionais, o foco dos criadores da Web3 está em promover uma economia estimulante para manter os usuários interessados e atrair novos.
Como o valor dos ativos digitais determina o sucesso do jogo, a comunidade é o coração da engrenagem, pois é ela que molda esse valor por meio da força de mercado.
A maior parte do fluxo de valor se dá entre os jogadores, enquanto os desenvolvedores ficam com uma fatia para investir no desenvolvimento do projeto.
Portanto, a lógica é: quanto mais jogadores, maior será o valor de mercado dos ativos, o que é bom tanto para os usuários quanto para os criadores.
Jogar significa que você está investindo o seu tempo e, em certas ocasiões, o seu dinheiro em uma plataforma. Assim, faz todo o sentido obter o retorno do seu investimento. Na Web3, isso é possível e pode vir em forma de criptomoedas, NFTs e tokens em geral.
Um usuário pode comprar e vender itens para lucrar com o negócio. É um mecanismo clássico, mas que exige habilidades como conhecimento da dinâmica do mercado e paciência para conseguir tirar o melhor proveito.
A aplicação de renda passiva que usamos com criptomoedas também é extensível aos NFTs. Os jogadores podem decidir por bloquear seus tokens de jogo por um tempo determinado e, assim, disponibilizá-los a outros jogadores, ganhando rendimentos.
Não quer fazer nenhum movimento mais arrojado? Também é possível ganhar dinheiro participando sem maiores intenções. Neste caso, quanto mais tempo você investir na plataforma, mais chance terá de faturar. Isso vai depender ainda do estilo do jogo e das regras. Essas criptomoedas coletadas podem ser negociadas ou transformadas em dinheiro da vida real.
Um jogador pode emprestar um NFT, seja um avatar, um personagem ou um skin, para ajudar outro gamer a avançar no jogo. Assim, o acordo de divisão dos rendimentos pode ser feito com base em taxas mensais sobre o que for obtido com o uso do token ou outros modelos de divisão.
Na Web2, para ganhar dinheiro de verdade com games, um jogador precisa ser profissional e participar de torneios.
Os jogos em blockchain chegaram para democratizar isso.
Amadores também têm a chance de participar de competições e conseguir obter bons retornos. Mas claro que experiência aqui também conta e alguns equipamentos melhores podem ser necessários para prosperar.
*Felippe Percigo é um investidor especializado na área de criptoativos, professor de MBA em finanças digitais e educa diariamente, por meio da sua plataforma e redes sociais, mais de 100 mil pessoas a investirem no universo cripto com segurança.
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