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Executivos da Binance são detidos enquanto Nigéria aperta cerco contra corretoras

Autoridades do país culpam criptomoedas por forte desvalorização da moeda nigeriana nos últimos meses e cogitam proibir funcionamento de exchanges

Binance é a maior corretora de criptomoedas do mundo (Derek Brumby/Getty Images)

Binance é a maior corretora de criptomoedas do mundo (Derek Brumby/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 16h34.

Última atualização em 29 de fevereiro de 2024 às 18h36.

Dois executivos da Binance foram detidos na Nigéria na última quarta-feira, 28, logo após desembarcarem no país, de acordo com a imprensa local. A operação ocorreu ao mesmo tempo em que as autoridades nigerianos estão apertando o cerco contra corretoras de criptomoedas, podendo até proibir seu funcionamento.

Os dois funcionários da exchange teriam sido detidos pelo Escritório do Conselheiro Nacional de Segurança e também tiveram os seus passaportes confiscados. Eles teriam sido convidados pelas próprias autoridades nigerianas e foram detidos logo após chegarem ao país.

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Segundo a Bloomberg, os executivos são acusados de ajudar a Binance a operar ilegalmente no país. Até o momento, eles não foram processados, mas podem ser acusados de manipulação monetária, evasão fiscal e operações ilegais.

O porta-voz do Conselheiro Nacional de Segurança disse à Bloomberg que "não foi necessariamente uma prisão. As conversas e encontros seguem em andamento. É uma questão de segurança nacional e um processo envolvendo várias agências está em andamento".

Na terça-feira, 27, Olayemi Cardoso, presidente do banco central da Nigéria, disse que a Binance teria enviado US$ 26 bilhões em dólares para "fundos irrastreáveis", indicando que a exchange teria "fluxos ilícitos" e suspeitos envolvendo diversas entidades.

A Binance está sendo investigada por diversas autoridades do país, junto com outras corretoras de criptomoedas. Em 2023, a CVM do país já havia proibido as operações da Binance no território, mas a exchange alegou que a empresa citada - Binance Nigeria Limited - se referia a outra companhia.

Também em fevereiro deste ano, a Nigéria chegou a ameaçar uma proibição do acesso de cidadãos do país aos sites das principais corretoras de criptomoedas do mercado, incluindo a Binance, a Coinbase e a Kraken. A decisão faz parte de medidas do governo para tentar reverter a forte depreciação da naira, a moeda local, em relação ao dólar.

A visão das autoridades da Nigéria é que os serviços oferecidos pelas corretoras de criptomoedas estariam contribuindo para a fraqueza da naira em relação ao dólar. No momento, a naira está na cotação mais baixa da história em relação ao dólar. O país tenta reverter a desvalorização da moeda há meses.

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