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Ex-CEO da FTX perdeu mais de R$ 2 milhões por dia com empresa de investimentos

Biografia sobre Sam Bankman-Fried revelou mais detalhes sobre lançamento da Alameda Research, que levou à quebra da FTX

FTX declarou falência nos Estados Unidos em novembro de 2022 (Bloomberg/Getty Images)

FTX declarou falência nos Estados Unidos em novembro de 2022 (Bloomberg/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 15h41.

O lançamento neste mês de uma biografia sobre Sam Bankman-Fried, o fundador e ex-CEO da corretora falida FTX, resultou no surgimento de mais detalhes sobre o funcionamento do império criado pelo executivo. Entretanto, antes de se tornar bilionário, Bankman-Fried chegou a perder US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões, na cotação atual) por dia.

O motivo, segundo o livro, foi a criação da Alameda Research, uma empresa de investimentos baseada em capital de risco (venture capital, em inglês). Com o início das operações em 2017, a companhia acabou também sendo responsável pela falência da FTX, em novembro do ano passado.

A biografia explica que Bankman-Fried chegou a levantar cerca de US$ 170 milhões de investidores que formavam uma comunidade de "altruísmo efetivo". A quantia foi usada para investir em projetos do mundo cripto que, mais tarde, foram considerados "em expansão, mas ineficientes".

Essas operações deram origem à Alameda Research, mas também foram, majoritariamente, um fracasso. Com isso, a empresa já havia perdido milhões de dólares em seus primeiros meses. Na prática, isso fez com que Bankman-Fried perdesse ao menos US$ 500 mil por dia em apenas um mês.

O livro relata ainda que alguns dos fundos obtidos pela Alameda Research "simplesmente sumiram" devido às falhas de gerencia de Bankman-Fried. A biografia reúne vários exemplos de projetos que atraíram investimentos milionários do executivo e que, no fim, acabaram apresentando inúmeras falhas e dando errado.

Ainda segundo o livro, as operações da Alameda Research apenas se equilibraram com a chegada de dois executivos, Gary Wang e Nishad Singh, que acabaram limitando os investimentos falhos e encontrando oportunidades de negócio mais vantajosas para a companhia.

Quebra da FTX

Entretanto, esse cenário não parece ter durado muito. A falência da FTX em 2022 foi motivada pela descoberta de que a Alameda estava tendo acesso e usando fundos de clientes da corretora de criptomoedas para investir em projetos arriscados, sem autorização desses clientes.

Além disso, a maioria dos investimentos realizadas ainda estava gerando prejuízo para a empresa, demandando a aplicação contínua de capital pela FTX. Com isso, clientes da exchange iniciaram uma onda de saques que a corretora não foi capaz de suportar, culminando na sua falência.

Agora, diversos executivos da FTX e da Alameda estão sendo julgados nos Estados Unidos. É o caso de Wang e Singh, que se declararam culpados do crime de fraude. Já o julgamento de Sam Bankman-Fried teve início nesta semana, com uma condenação sendo o cenário mais provável no momento.

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