French Economy and Finance Minister Bruno Le Maire talks at the Economy Ministry on March 2, 2022 after an exceptional Ecofin visio meeting about the Ukraine crisis. (Photo by Eric PIERMONT / AFP) (Photo by ERIC PIERMONT/AFP via Getty Images) (Eric Piermont/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 2 de março de 2022 às 19h16.
Última atualização em 2 de março de 2022 às 19h39.
Apesar das dificuldades que a Rússia teria de enfrentar para utilizar as criptomoedas como forma de driblar as sanções econômicas impostas por outros países, como a impossibilidade de ocultar as operações, a infraestrutura insuficiente para o volume das transações necessárias, entre outros problemas apontados por especialistas, a União Europeia não parece disposta a arriscar. E prepara um pacote de medidas para garantir que isso não vai acontecer.
Nesta quarta-feira, 2, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que a União Europeia planeja uma série de medidas para impedir a Rússia de buscar refúgio nas criptomoedas: "Decidimos trabalhar em medidas para fortalecer a efetividade das sanções e evitar que elas sejam contornadas. Tomaremos medidas em particular sobre criptomoedas, que não podem ser usadas para driblar as sanções econômicas determinadas pela União Europeia".
Na mesma entrevista coletiva, realizada após um encontro de ministros financeiros da União Europeia em Bruxelas, Le Maire não soube explicar quais são as medidas a ser tomadas, dizendo que os membros do grupo estão "determinados" a focar neste setor para garantir a efetividade das sanções contra a Rússia.
"Temos um relatório específico que foi produzido pela Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu. Vamos estudar todos os meios que nos permitam evitar que a Rússia fuja das sanções econômicas com o uso de criptomoedas", disse, segundo a CNN americana.
Como mostraram especialistas do mercado cripto, a ideia de utilizar criptomoedas para tentar driblar as sanções não é algo simples para um país como a Rússia. O primeiro problema é a própria natureza da tecnologia blockchain, onde circulam as criptos: como as transações são públicas, inalteráveis e totalmente rastreáveis, ficaria fácil para qualquer pessoa controlar as operações do país — e para órgãos como o próprio BCE impedir que fossem reconvertidas para dólar ou euro na outra ponta da transação.
Além disso, ainda existem questões como a falta de regulamentação de criptoativos na Rússia e, consequentemente, a infraestrutura precária do país para lidar com volumes gigantescos de dinheiro que precisariam ser ocultados, negociados e trocados.
As sanções econômicas têm sido a principal arma de países ocidentais para atacar a Rússia após a invasão à Ucrânia. EUA, Reino Unido, França e até a tradicionalmente neutra Suíça são alguns dos que anunciaram medidas para punir o país comandado por Vladimir Putin.
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