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EUA desmantela "rede global de criptomoedas" da Rússia e apreende R$ 4,3 bilhões

Departamento de Justiça dos EUA realizou ação contra russos acusados de auxiliar país a driblar sanções ocidentais

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 11h13.

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Os Estados Unidos concluíram na última quinta-feira, 26, uma operação par desmantelar uma "rede global de criptomoedas" operada pela Rússia para contornar sanções internacionais. A ação envolveu a apreensão de US$ 800 milhões (R$ 4,3 bilhões, na cotação atual) em ativos.

Em um comunicado, o Departamento de Justiça do país disse que a operação foi realizada em conjunto com diversas autoridades norte-americanas e internacionais para "combater operações de lavagem de dinheiro da Rússia", incluindo o indiciamento de dois cidadãos russos.

"Os dois cidadãos russos acusados ​​hoje supostamente embolsaram milhões de dólares com uma prolífica lavagem de dinheiro e alimentaram uma rede de criminosos cibernéticos em todo o mundo, com Sergey Ivanov supostamente facilitando traficantes de drogas e operadores de ransomware na darknet", afirmam as autoridades.

De acordo com a investigação, os russos trabalhavam em conjunto com "parceiros holandeses" e operavam a Cryptex, descrita como uma "corretora ilícita de criptomoedas" que, na prática, era usada nas operações de lavagem de dinheiro e para contornar sanções internacionais contra a Rússia.

"A Cryptex prometia aos seus clientes cibercriminosos um espaço seguro para lavar seus rendimentos ilícitos anonimamente", afirma o comunicado. A operação envolveu o bloqueio dos servidores da exchange e a apreensão do montante bilionário em criptomoedas que estava sob sua custódia.

Empresas de análise de blockchains que prestam serviços às autoridades norte-americanas identificaram ao menos 37,5 mil transações com bitcoin ligadas à Cryptex, totalizando cerca de US$ 1,4 bilhão na época em que as transações foram realizadas.

Em outro comunicado, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden disse que as ações buscam "combater a evasão das sanções russas" e que a operação foi capaz de "causar uma disrupção na rede global de criptomoedas [da Rússia], em coordenação com parceiros internacionais".

O movimento ocorre em meio a uma intensificação de esforços da Rússia para adotar criptomoedas como uma forma de contornar as sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia. Especialistas afirmam que o país está criando uma "infraestrutura de cripto" com esse objetivo.

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