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Ethereum: criptomoeda voltou a disparar (Reprodução/Reprodução)
Especialista em criptoativos
Publicado em 27 de julho de 2025 às 11h30.
Após a disparada de diversas criptomoedas na semana passada, o mercado passa por uma correção. Poucas estão na contramão da maré, com destaque para o ether, que registra leve ganho neste momento, operando na casa dos US$ 3.658, com valorização de 2,60% em 7 dias, segundo o CoinMarketCap.
O bitcoin se mantém resiliente, sendo negociado por volta dos US$ 116.500, mas é o ether que assume o protagonismo, impulsionado pelo forte interesse institucional.
Vimos uma retomada histórica do ativo, com crescimento de quase 60% em um mês. E as apostas estão altas. O próximo alvo aponta para os US$ 4 mil e alguns analistas, ainda mais otimistas, jogam suas previsões lá pra cima, projetando entre US$ 5 mil e US$ 10 mil até o final do ano.
Os ETFs à vista de ether estão voando, atraindo muito mais capital do que os fundos semelhantes de bitcoin, o que demonstra um reposicionamento no apetite ao risco dos investidores. Foram captados quase US$ 2,4 bilhões durante os últimos seis dias de negociação, enquanto os de bitcoin ficaram com US$ 827 milhões.
O grande destaque foi o iShares Ethereum ETF (ETHA) da BlackRock, que sozinho recebeu US$ 1,79 bilhão em investimentos, representando cerca de 75% de todo o volume que entrou nos ETFs de ether no período.
O ETHA também conquistou uma marca importante: se tornou o terceiro ETF que mais rápido na história atingiu US$ 10 bilhões em patrimônio sob gestão, resultado alcançado em 251 dias de operação.
Os ETFs funcionam como canais regulados para atrair capital de grandes investidores, descomplicando o investimento e criando um ambiente mais seguro para o fluxo de recursos.
Quando uma gestora como a BlackRock concentra a maior parte desses aportes em ether, os players institucionais, desde fundos de pensão a gestoras de riqueza, leem isso como um sinal claro de confiança.
O ether, afinal, é sustentado por uma infraestrutura robusta: mais de 50% das stablecoins circulam em sua rede, que ainda abriga os protocolos DeFi mais consolidados do mercado.
Empresas como SharpLink, Bitmine, Bit Digital e BTCS Inc. também estão adotando o ativo e ajudando a escrever um novo capítulo na gestão de tesouro corporativo. Elas transformaram o ether em reserva estratégica produtiva. O ether é do tipo que trabalha 24/7: gera renda passiva via staking enquanto valoriza de preço. As empresas citadas já alocam mais de US$ 2,9 bilhões do ativo nos seus balanços.
Esse movimento parece repetir os passos da adoção institucional do bitcoin, com ETFs e tesouros como agentes de demanda. E o ether vai traçando sua trilha também como reserva de valor, com redução da oferta circulante e armazenamento para o longo prazo.
O avanço institucional não apenas lidera o movimento, mas também legitima o ether como ativo de peso no mercado. Esse efeito se espalha: à medida que os fundos ganham escala e, consequentemente, fortalecem a rede, o varejo começa a enxergar o ativo não só como especulação, mas como um investimento validado.
Mesmo ainda tímida diante dos aportes institucionais, essa demanda pode acelerar rapidamente conforme os ETFs ganham manchetes e o mercado reconhece a nova fase do projeto.
Nessa trilha de adoção, o ether consegue ampliar o papel de ativo macro com uma camada extra: preserva riqueza e ainda é responsável por habilitar toda uma economia utilitária de contratos inteligentes, DApps e stablecoins.
Ao reunir a função de cofre de valor com um ambiente programável, a rede vai consolidando sua posição estratégica no mercado cripto, entregando segurança de reserva e, ao mesmo tempo, impulsionando inovações que alimentam o crescimento de todo o ecossistema.
Dados mostram que cerca de 90% dos ativos tokenizados usam a Ethereum como base e 51 % de todas as stablecoins estão emitidas nessa infraestrutura. À medida que mais projetos se conectam, o protocolo ganha força exponencial e, assim, mais atratividade.
O presidente da SEC, Paul Atkins, falou, esta semana, durante uma entrevista à CNBC que o ether não é considerado um valor mobiliário. Embora a declaração ainda não represente um parecer jurídico formal, ela reforça a leitura de que o ativo passa a ser tratado como commodity, status semelhante ao do bitcoin.
A mensagem tem peso simbólico e prático: além de reduzir incertezas que travavam movimentos institucionais, ela fortalece o papel da Ethereum como peça-chave da infraestrutura digital em construção. É um marco que pode destravar novos ciclos de investimento e desenvolvimento em torno do ativo.
E isso acontece em um momento estratégico: com o bitcoin abrindo caminho, o ether já começa a assumir o protagonismo típico das fases iniciais de uma altseason, quando investidores migram progressivamente para ativos menores em busca de retornos mais rápidos.
Na última semana, vimos muitas criptos apresentarem boas valorizações antes da correção atual. Aquele salto foi resultado, em especial, da chamada Crypto Week, que incluiu a aprovação na Câmara dos EUA de três projetos regulatórios, sendo um já sancionado pelo presidente Trump, o Genius Act. O mercado entende que esse avanço abre mais portas para a entrada de institucionais, como um estímulo a um aumento da adoção no mundo.
Considerando tudo o que falamos até aqui, fica claro que surgem oportunidades diferentes para investidores com perfis variados. Seja para quem busca mais segurança ou para quem está disposto a assumir mais risco em troca de retorno maior, há caminhos possíveis.
A seguir, três formas de se posicionar com mais inteligência neste ciclo.
Para quem quer construir uma posição sólida, mas sem se expor a riscos excessivos, a exposição direta ao ether pode fazer sentido. A rede é hoje a principal infraestrutura da nova economia digital e o ether, como moeda nativa, concentra valor à medida que o ecossistema cresce.
Com o cenário regulatório mais favorável, a entrada de grandes players e a consolidação dos ETFs, a Ethereum tende a ganhar status ainda mais relevante como camada base. A lógica aqui é: enquanto muitas aplicações dependem do sucesso de um produto específico ou narrativa, o ether acompanha o sucesso estrutural da rede como um todo.
Além do próprio ETH, estude oportunidades em projetos construídos sobre a rede Ethereum, principalmente nas frentes de DeFi e soluções de escalabilidade (camadas dois ou “layer 2”). Plataformas como Lido, Aave e Arbitrum têm times técnicos sólidos, modelos de negócio com uso real e comunidades ativas.
A tese aqui é de amplificação de retorno: se a Ethereum cresce, esses projetos acompanham (e muitas vezes superam) sua dinâmica de crescimento. Observar métricas como Total Value Locked (TVL), receita de protocolo e ritmo de adoção pode ajudar a separar promessas de projetos com base consistente.
Participar de staking é uma maneira de rentabilizar o capital investido, mantendo a posição no ativo.
Outra possibilidade são os protocolos de rendimento mais sofisticados, que usam estratégias de lending, market making ou derivativos. Nesse caso, o potencial de retorno pode ser maior, mas os níveis de complexidade e risco também sobem. A tarefa é para os investidores mais experientes.
Em qualquer uma das opções, a regra segue a mesma: não existe rendimento alto sem risco à altura. Diversificar as estratégias e escolher os protocolos com muito cuidado é obrigatório.
No passado, a Ethereum me rendeu muito lucro. Nunca deixei de acreditar no projeto, mas agora me sinto ainda mais seguro para continuar segurando os meus ethers e esperar pelo melhor da rede esse ano.
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