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Ethereum: blockchain completa 10 anos (Reprodução/Reprodução)
Editor do Future of Money
Publicado em 30 de julho de 2025 às 15h19.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 15h43.
A Ethereum completa dez anos nesta quarta-feira, 30. O blockchain é famoso por trazer uma série de inovações para o mercado de criptomoedas, dando origem a diversos casos de uso e projetos que seguem determinando o futuro do setor. Apesar de manter a liderança no mercado ao completar uma década de existência, o projeto também enfrenta seus desafios.
Atualmente, a criptomoeda nativa da rede, o ether, é a segunda mais valiosa do mercado cripto, com capitalização de mercado de quase US$ 460 bilhões. Figurando na lista dos 30 ativos mais valiosos do mundo, o tamanho do token ilustra também a dimensão do blockchain.
Com uma história marcada por novidades, atualizações e desafios, a Ethereum comemora aniversário pouco tempo depois de enfrentar um de seus períodos mais adversos. Em meio ao surgimento e consolidação de concorrentes, a rede enfrenta críticas enquanto tenta se preparar para manter sua liderança e pioneirismo pela próxima década.
Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, diz que a Ethereum é um "pilar fundamental da nova economia digital. Mais do que uma criptomoeda, a Ethereum se estabeleceu como uma infraestrutura tecnológica essencial, impulsionando a migração de instituições financeiras tradicionais para o ambiente blockchain. Essa transição traz ganhos concretos em eficiência, transparência e descentralização".
"Com menos intermediários, maior transparência e eficiência, a rede tem o potencial de democratizar o acesso a mercados, beneficiando empresas de todos os setores e transformando a economia global", avalia o líder no Brasil da maior corretora de criptomoedas do mundo.
Na mesma linha, Vinicius Bellezzo, business development manager da Bybit no Brasil, afirma que "quando olhamos para os últimos dez anos do universo blockchain, poucas tecnologias foram tão influentes e resilientes quanto a Ethereum".
"Ela é mais do que um blockchain. É a espinha dorsal de um novo paradigma digital, em que o poder não está centralizado em mãos invisíveis, mas compartilhado entre aqueles que constroem, utilizam e confiam no sistema", defende.
Uma das principais inovações da rede foi a criação dos contratos inteligentes, registrados em blockchain e que permitem programar e executar sequências de tarefas a partir de um evento desencadeador.
Além disso, a rede também trouxe a velocidade e escalabilidade necessárias para a criação de diversos segmentos de cripto: NFTs, corretoras descentralizadas, criptomoedas meme, protocolos de empréstimos, stablecoins, tokenização.
Sebastian Serrano, CEO e cofundador da Ripio, lembra que a rede teve uma proposta ousada no seu lançamento em 30 de julho de 2015: "Transformar a tecnologia blockchain em uma plataforma flexível e programável. Ao permitir que qualquer pessoa criasse aplicações descentralizadas por meio de contratos inteligentes, a Ethereum ampliou radicalmente as possibilidades da tecnologia cripto, abrindo caminho para uma nova era de inovação aberta".
"Em dez anos, a rede evoluiu de um experimento promissor para uma infraestrutura robusta que sustenta desde sistemas financeiros descentralizados até projetos de tokenização de ativos reais, passando por expressões culturais e novos modelos de governança digital", avalia.
Outro ponto alto lembrado por ele foi a atualização The Merge em 2022, em que a Ethereum adotou um modelo de consenso com base no proof-of-stake (“prova de participação”), se diferenciando do bitcoin. A mudança "representou um salto em sustentabilidade e segurança, reduzindo em mais de 99% o consumo energético da rede e introduzindo novos mecanismos de incentivo que fortalecem sua eficiência".
"Ao mesmo tempo, o staking de ether passou a oferecer retorno financeiro e conexão direta com a proteção da rede, uma inovação que une tecnologia e incentivo econômico", comenta.
Bellezzo afirma que, apesar da liderança, a Ethereum "não é intocável". O blockchain tem sido criticado recentemente pela dificuldade de concorrer com outras redes que oferecem mais escalabilidade, velocidade e taxas menores para movimentações na rede.
"Não podemos ignorar a concorrência. Solana, Cardano, Avalanche e outros blockchains disputam espaço com transações mais rápidas e taxas menores", resume.
Na mesma linha, Serrano ressalta que "taxas elevadas em momentos de pico, barreiras técnicas para iniciantes e a fragmentação de liquidez entre soluções de segunda camada continuam sendo pontos em evolução". "Mas é justamente essa capacidade de reconhecer limitações – e se reinventar tecnicamente – que sustenta a relevância da Ethereum como infraestrutura de longo prazo".
"A Ethereum se diferencia por seu ecossistema dinâmico e vibrante. Mesmo com o surgimento de outros blockchains mais rápidos ou baratos, nenhum conseguiu replicar a robustez da Ethereum Virtual Machine (EVM), a força da sua base de desenvolvedores ou o grau de adoção institucional", pontua.
Por isso, o CEO da Ripio diz que o blockchain "continuará sendo a plataforma preferida para construir soluções descentralizadas sérias, especialmente por parte de instituições, governos e empresas que buscam segurança e interoperabilidade. Apesar dos ciclos de mercado, a Ethereum segue como a rede mais preparada para sustentar a próxima geração de inovações em blockchain".
Já Nazar lembra de uma novidade recente e importante para o projeto: o crescimento acelerado de reservas corporativas de ether. Ele destaca que a rede também lidera a expansão da tokenização de ativos do mundo real. "Posicionada no centro da interoperabilidade entre o mercado tradicional e o universo cripto, a Ethereum está moldando o futuro do sistema financeiro global", defende.
Bellezzo, da Bybit, também reconhece o potencial da rede, mas destaca que é preciso que ela continue reconhecendo seus pontos fracos e caminhe para solucioná-los: "Seus desafios são reais, mas sua capacidade de adaptação também. Para mim, acompanhar sua evolução é como observar uma revolução em câmera lenta. Silenciosa, porém transformadora".
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