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Ethereum atinge menor preço em mais de um ano após falha e temor do mercado

Pessimismo dos investidores após falha na Beacon Chain e diminuição no uso da rede ganha força durante a madrugada e ether cai ao menor preço desde março de 2021

Após mínima de 14 meses na madrugada, ether tenta se recuperar nesta sexta-feira (Nur Photo/Getty Images)

Após mínima de 14 meses na madrugada, ether tenta se recuperar nesta sexta-feira (Nur Photo/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 27 de maio de 2022 às 09h57.

Uma falha de segurança na Beacon Chain, rede fundamental para a aguardada atualização da Ethereum no segundo semestre de 2022, derrubou o preço do ether, criptomoeda nativa da plataforma de contratos inteligentes, na última quinta-feira. Nesta sexta, a pressão vendedora da segunda maior criptomoeda do mundo continua, levando o ether ao seu menor preço em mais de um ano.

A falha da Beacon Chain é chamada de "reorg" (de "reorganização"). Ela pode acontecer por causa um erro da rede ou um ataque hacker e temporariamente causar a duplicação da rede - caso dure longos períodos, pode ter consequências graves. No caso, a "reorg" durou sete blocos, ou cerca de 80 segundos. Parece pouco, mas foi a "reorg" mais longa em anos.

Como a Beacon Chain é parte fundamental da Ethereum 2.0 (ou ETH 2.0), que tornará a rede mais barata, rápida, eficiente e com menor impacto ambiental, a falha provocou temor em parte dos investidores, que aguardam ansiosamente pela atualização. Outro ponto que fortaleceu o movimento de queda foi o fato da rede Solana ter registrado maior volume diário de NFTs negociados do que a Ethereum, tradicionalmente a principal rede para esse tipo de operação. Com tudo isso, o preço do ativo despencou.

Na quinta-feira, caiu abaixo de US$ 1.800 e, na madrugada desta sexta, foi a US$ 1.728, o menor preço desde março de 2021, segundo o Coin Gecko. No momento, o ativo tenta buscar recuperação, mas o movimento ainda é tímido e a criptomoeda é negociada a US$ 1.810, com alta de 0,3% nas últimas 24 horas. A queda acumulada nos últimos sete dias, por outro lado, já passa de 12% e, no ano, mais de 52%.

Quando comparados com o bitcoin, os números deixam claro que o pessimismo dos investidores, pelo menos no curto prazo, é muito maior com a Ethereum. A maior criptomoeda do mundo é cotada a exatos US$ 29.200, com queda de 4% nos últimos sete dias e variação de apenas 0,1% nas últimas 24 horas.

(Mynt/Divulgação)

Outras criptos em mau momento

A queda no mercado de criptoativos começou no final de 2021, mas se intensificou com os contextos políticos e macroeconômicos globais ao longo de 2022. Guerra na Ucrânia, alta da inflação e subsequente elevação nas taxas de juros, desaceleração da economia chinesa, entre outros fatores, provocaram grande fuga de capital dos mercados de risco e as criptomoedas, claro, sofreram bastante.

Depois, no início de maio, o colapso do blockchain Terra e suas criptomoedas nativas UST e LUNA fortaleceram ainda mais o movimento de queda, que afetou praticamente todos os ativos digitais em circulação.

Com a queda no valor de mercado total dos criptoativos, e menor volume de dinheiro alocado no setor, pequenos detalhes podem ter maior impacto nos preços. Não por acaso, criptomoedas de menor market cap, as chamadas "altcoins", têm vivenciado volatilidade acentuada.

A ADA, da rede Cardano, a SOL, da SOLANA, e a DOGE, da Dogecoin, acumulam quedas de dois dígitos na última semana. Nesta manhã, entretanto, o mercado tenta esboçar reação, mas o movimento dos compradores ainda é pouco significativo, com variações positivas inferiores a 0,5% em todas as 10 maiores criptomoedas do mundo.

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