Agência de notícias
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 12h21.
Os 11 ETFs de bitcoin oferecidos nas bolsas dos Estados Unidos acumularam um total de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,72 bilhões, na cotação atual) em saques nos últimos oito dias de negociação. Dados da Bloomberg mostraram que as saídas registradas entre 30 de agosto e 6 de setembro resultaram na maior sequência de saques desde o lançamento dos fundos.
Os saques ocorreram ao mesmo tempo em que o preço da criptomoeda encontrou dificuldades para romper uma tendência de queda na primeira semana de setembro. O ativo saiu de um valor de US$ 64.668 em 26 de agosto para uma mínima de US$ 53.491 em 7 de setembro, uma queda de 17,28% em apenas duas semanas.
No entanto, analistas ressaltaram que o bitcoin historicamente mostra desempenho ruim em setembro. Os termos “Rektember” e “Uptober” são comumente usados no mercado cripto, já que os preços dos ativos digitais costumam ser "destruídos” em setembro e “ter algum alívio” em outubro.
No início de setembro, a criptomoeda atingiu uma baixa de duas semanas, perdendo mais de 2% no início do mês. Mesmo assim, os analistas ainda acreditam em um possível movimento de alta para o ativo digital.
Apesar das saídas, as criptomoedas mantêm uma dominância no setor de ETFs em comparação com os 400 novos fundos lançados em 2024. Dados da The ETF Store mostram que os quatro maiores lançamentos em 2024 são todos de ETFs de bitcoin, respectivamente os fundos da BlackRock, Fidelity, Ark Invest e Bitwise.
Dos 25 principais lançamentos de ETFs considerando os aportes de investidores, 13 estão relacionados a criptomoedas: 10 são de ETFs baseados em bitcoin e três são de fundos relacionados ao ether. Entre os ETFs de ether, o da BlackRock teve o sétimo maior lançamento de ETF em 2024, ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão em agosto.
Em relatório divulgado na semana passada, o JPMorgan afirmou que o mercado cripto está sem um "catalisador" próprio de alta no curto prazo, resultando em uma alternância entre quedas e lateralidade nos preços. Para o banco, esse cenário deve perdurar nos próximos meses, indicando um cenário desafiador para o ativo.
Na mesma linha, o Citi avalia que a correlação entre o mercado de criptomoedas e o de ações deverá se prolongar no curto prazo, com tendência de queda. O motivo é o cenário desfavorável para o setor cripto e um foco dos investidores na situação macroeconômica dos Estados Unidos.