Future of Money

ETF de bitcoin: o que é, como investir e quais os efeitos no preço da criptomoeda

SEC liberou lançamento de fundos negociados em bolsa de preço à vista do bitcoin nos EUA, após anos de espera entre investidores

SEC aprovou pedidos para lançamentos de ETFs de bitcoin nos EUA (Reprodução/Reprodução)

SEC aprovou pedidos para lançamentos de ETFs de bitcoin nos EUA (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 18h26.

Última atualização em 12 de janeiro de 2024 às 18h37.

Após anos de espera, os ETFs de bitcoin estrearam nas bolsas de valores dos Estados Unidos, obtendo a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC. A expectativa, agora, é que esses produtos de investimentos ajudem a criar um "novo momento" para a criptomoeda, podendo impulsionar o seu preço.

Ao todo, a SEC liberou o lançamento de 11 ETFs de preço à vista do ativo, que foram lançados no mercado dos Estados Unidos no dia seguinte. Já no Brasil, investidores contam com essa opção de investimento desde 2021, com os ETFs de cripto constantemente figurando na lista dos mais rentáveis do mercado brasileiro.

O que é o ETF de bitcoin?

Os ETFs de bitcoin são fundos negociados em bolsas de valores que buscam acompanhar as variações de preço do ativo. Na prática, eles funcionam como uma opção de investimento no ativo, mas sem precisar adquirir a criptomoeda diretamente. Em geral, os ETFs são populares entre investidores de varejo, por serem uma forma de investir em uma cesta de ativos, diversificando o investimento.

No caso das criptomoedas, os ETFs também são vistos como uma opção mais atraente para investidores institucionais, de maior poder aquisitivo, por serem produtos regulados nos Estados Unidos. O país ainda não conta com uma regulamentação específica para o mercado de criptomoedas.

Cada ETF é lançado e administrado por uma gestora. A gestora emite cotas de participação no fundo, que são negociadas nas bolsas de valores e equivalentes às ações de uma empresa. O papel da gestora é administrar o fundo e realizar as compras e vendas de ativos - no caso, o bitcoin - para garantir o acompanhamento das variações, além de retirar do investidor a necessidade de fazer a custódia do ativo.

Em troca, as gestoras cobram uma taxa anual dos investidores. Nos Estados Unidos, as taxas de ETFs de bitcoin estão variando no momento entre 0,19% e 1,5%.

Quais ETFs foram aprovados nos EUA?

Ao todo, a SEC aprovou 11 pedidos de lançamento de ETFs de bitcoin nos Estados Unidos. Confira o nome de cada fundo e a gestora responsável:

  • $BTCW - Wisdom Tree;
  • $GBTC - Grayscale;
  • $IBIT - BlackRock;
  • $EZBC - Franklin Templeton;
  • $BRRR - Valkyrie;
  • $BTCO - Invesco/Galaxy;
  • $DEFI - Hashdex;
  • $HOLD - VanEck;
  • $FBTC - Fidelity;
  • $BITB - Bitwise;
  • $ARKB - Ark Invest

Efeitos no preço da criptomoeda

Especialistas apontam que a aprovação dos pedidos de ETFs de bitcoin já estava precificada por investidores do mercado, ou seja, eles já haviam realizado investimentos no ativo contando com a liberação pela SEC. Entre junho de 2023 - quando os pedidos foram feitos - e janeiro deste ano, a criptomoeda teve uma valorização de mais de 70%, superando os US$ 40 mil.

No momento, portanto, o bitcoin não deve ter grandes altas imediatas. Entretanto, especialistas projetam que a criptomoeda ainda deve ter ganhos no médio e longo prazo. Isso dependerá, porém, do sucesso e adesão aos ETFs. Em um cenário de alta adesão, a demanda por bitcoin subiria e, com uma oferta limitada, o preço valorizaria.

Para o banco britânico Standard Chartered, esse é o cenário mais provável no momento, com o bitcoin podendo chegar à casa dos US$ 200 mil até 2025. Já a gestora Ark Invest projeta que os ETFs ajudarão o ativo a chegar à casa dos US$ 1,5 milhão até 2030.

ETFs de bitcoin no Brasil

Os ETFs de bitcoin foram aprovados no Brasil pela CVM em 2021, anos antes da liberação nos Estados Unidos. Atualmente, a bolsa de valores brasileira, a B3, conta com três ETFs exclusivos de bitcoin. Diferentemente dos EUA, a CVM já autorizou o lançamento de fundos mistos, que podem estar expostos a diferentes criptomoedas.

Essa opção ganhou mais espaço entre investidores, o que também é comum para ETFs de outros segmentos. Em geral, a vantagem está na opção de formar uma cesta com investimento mais diversificado. Com isso, se um ativo desvaloriza, a alta de outros integrantes da cesta reduzem prejuízos. Já no caso de ETFs "puros", como do bitcoin, não há essa opção.

Como investir em ETFs de bitcoin?

Os ETFs de bitcoin no Brasil são oferecidos na B3 e também nos aplicativos de diversos bancos. Para investir, é necessário comprar cotas de participação no fundo. O valor das cotas varia conforme a performance do próprio fundo, e elas podem ser vendidas como forma de realizar lucros em casos de valorização.

Ao investir, é importante levar em conta as vantagens e desvantagens desse tipo de produto. Entre os fatores, estão o valor da taxa anual cobrada, a tributação quando há realização do lucro, a confiabilidade da gestora responsável, o desempenho do fundo e facilidades como a exposição indireta e sem necessidade de realizar custódia, mas dependendo das decisões de compra e venda de ativos da gestora, dando menos autonomia ao investidor.

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativosETFsBitcoin

Mais de Future of Money

"Países vão imprimir dinheiro para comprar bitcoin", diz fundador da Binance

ETFs somam US$ 100 bilhões em bitcoin: valor supera qualquer empresa da bolsa brasileira

Bitcoin em US$ 100 mil: marco já foi atingido no mercado de preços futuros

Ações da MicroStrategy superam Tesla e Nvidia e são as mais negociadas nos EUA