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Estudo mostra quais criptoativos mais preocupam mercado com crise da FTX

Desempenhos do FTT, bitcoin, XRP e cardano estão entre os que mais estressaram investidores nas últimas semanas

EUA, China, Emirados Árabes Unidos, Holanda e Egito concentram investidores mais preocupados com criptoativos (Alistair Berg/Getty Images)

EUA, China, Emirados Árabes Unidos, Holanda e Egito concentram investidores mais preocupados com criptoativos (Alistair Berg/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 18 de novembro de 2022 às 16h46.

A plataforma de conteúdo educativo sobre o mercado de criptoativos CoinKickoff realizou uma pesquisa para medir os níveis de estresse causados pelo colapso da FTX, que até semanas atrás era uma das três maiores exchanges globais, ao lado da Binance e da Coinbase.

Utilizando dados de postagens do Cripto Twitter – a comunidade de criptomoedas da rede social favorita dos investidores e empreendedores da indústria –, a pesquisa identificou os ativos que mais têm causado dor de cabeça aos investidores entre os 50 maiores em capitalização de mercado.

As criptomoedas mais estressantes

Dadas as circunstâncias, naturalmente o FTT, token nativo da exchange falida de Sam Bankman-Fried, é o criptoativos que mais tem causado preocupações aos seus detentores e também ao mercado de forma mais ampla. Os dados da pesquisa da CoinKickoff mostram que 37,99% dos comentários sobre o criptoativo da FTX no Twitter demonstram algum nível de estresse.

Desde que o vazamento do balanço do fundo de investimento e negociação de criptomoedas Alameda Research, empresa irmã da FTX, desencadeou a crise que levou à falência da exchange, o FTT perdeu 93,7% do seu valor, caindo de US$ 25 no fechamento dos mercados em 2 de novembro para US$ 1,56 nesta sexta-feira, 18, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Diante dos acontecimentos, não é impossível que o FTX Token em breve seja negociado a um valor muito próximo de zero, em um movimento semelhante ao que vitimou o LUNA depois do colapso da stablecoin algorítmica UST (agora USTC) e do blockchain Terra em maio deste ano.

(Mynt/Divulgação)

O segundo lugar, aliás, é ocupado justamente por uma stablecoin que há muito tempo desperta a desconfiança de parte do mercado, mas principalmente dos reguladores: o Tether (USDT), com 35,92%.

Embora a emissora da stablecoin venha reduzindo gradualmente a exposição das reservas do USDT a papéis comerciais e outros ativos de baixa liquidez, sempre que uma nova crise se abate sobre o mercado a paridade do ativo com o dólar se transforma no centro das atenções.

Desta vez não foi diferente. Em 10 de novembro, no auge da crise, o USDT chegou a ser negociado por US$ 0,9886, elevando o estresse dos investidores que detêm porções dos US$ 66 bilhões que o Tether possui em participação de mercado – número que o coloca como líder absoluto do setor.

O fato é que desde a variação negativa de quase 2% dias atrás, o USDT ainda não retomou a paridade de 1:1 com o dólar, justificando a preocupação dos seus portadores com a estabilidade do ativo. Nesta sexta-feira, o USDT é negociado a US$ 0,9993, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Maior criptomoeda do mercado e benchmark da indústria, o desempenho recente do bitcoin despertou receios em 34,8% da comunidade cripto no Twitter. A queda de aproximadamente 20% nos dias que se seguiram à crise da FTX está exercendo uma forte pressão adicional sobre entidades fundamentais para precificação do ativo: os mineradores.

O preço do bitcoin abaixo de US$ 20.000 torna as operações da maioria dos mineradores deficitárias, haja visto que os custos operacionais estão pressionados pelo aumento global da energia elétrica. Apesar das preocupações generalizadas, por enquanto os mineradores não estão contribuindo para aumentar a pressão vendedora sobre o ativo. A questão é saber até quando eles serão capazes de aguentar.

Em quarto lugar vem o cardano, com 32,44%, mas é provável que os detentores do ativo já estivessem estressados antes mesmo da crise da FTX em função do fraco desempenho do criptoativo neste ano quando comparado ao restante do mercado.

Embora o atual mercado de baixa tenha provocado a desvalorização generalizada dos criptoativos, o ADA encontra-se atualmente 90% abaixo de sua máxima histórica. Outros ativos do top dez apresentam um desempenho melhor: o bitcoin está atualmente 75,7% abaixo de sua máxima histórica, o ether, 75,2%, e o Binance Coin, 60,6%.

O XRP fecha o top 5 dos criptoativos mais estressantes para o mercado. O token nativo da Ripple vinha experimentando uma clara tendência de alta, mesmo diante do estado geral do mercado, em função das expectativas de um desfecho favorável à empresa em sua batalha judicial contra a SEC. A implosão da FTX interrompeu o movimento e provavelmente causou insatisfação aos seus detentores.

Ainda entre os dez criptoativos mais estressantes do momento, destaque para dois tokens de corretoras centralizadas de criptomoedas. O token nativo da Bitfinex, empresa vinculada ao Tether, UNUS SED LEO, ocupa o sétimo lugar.

Já o CRO, token nativo da Crypto.com, está na 9ª posição. A exchange baseada em Singapura esteve no centro de polêmicas envolvendo suas reservas e quase se tornou alvo de uma "corrida bancária" nos mesmos moldes da que derrubou a FTX.

Os clientes da exchange ficaram preocupados com rumores que começaram a circular na esteira do caso FTX, dando conta de que a empresa seria a próxima se tornar insolvente em função do contágio que ainda está se espalhando e derrubando players importantes da indústria.

A pesquisa da CoinKickoff também investigou quais são os países que mais foram abalados pelo colapso da FTX. EUA, China, Emirados Árabes Unidos, Holanda e Egito lideram o ranking. O Brasil não figura na lista dos 15 países em que os investidores se encontram sob maior estresse por conta da falência da exchange.

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