Ethereum subiu 11% desde o dia 20 de agosto (Yuriko Nakao/Getty Images)
O mercado de criptomoedas inicia esta quinta-feira, 25, apresentando certa estabilidade. Movimentando US$ 65,9 bilhões nas últimas 24 horas, as principais criptomoedas apresentam variação de preço entre 1 e 3% de acordo com dados do CoinGecko. Enquanto o bitcoin sobe 1%, o ether sobe 3% no mesmo período. A 2ª maior criptomoeda volta a se aquecer para a “The Merge”, atualização mais importante da rede Ethereum, que acontecerá no dia 6 de setembro.
Cotado a US$ 21.708, o bitcoin apresenta altas tímidas nas últimas 24 horas, e segue em queda de 7,64% na semana. De acordo com André Franco, do Mercado Bitcoin, se trata de “mais um episódio da série que já estamos acompanhando sobre a correlação das criptomoedas com os mercados tradicionais”, apontando para a alta de 1% nos futuros da Nasdaq como uma das razões para a alta de 1,15% no bitcoin.
De acordo com Franco, apesar da correlação, ainda é necessário acompanhar dados internos do mercado cripto. “Não elimina a necessidade de acompanharmos dados on-chain”. Os dados on-chain são dados do próprio blockchain que abriga determinada criptomoeda.
Franco mencionou que o número de investidores de longo prazo está aumentando e se aproxima do que foi apresentado em outubro de 2021, um mês antes do bitcoin atingir sua última máxima histórica em mais de US$ 69 mil.
Outra razão para a alta comedida do bitcoin e das principais criptomoedas, estaria no fato de que investidores aguardam indicadores e eventos importantes da economia norte-americana, que podem gerar impacto nos ativos de risco como ações e criptomoedas.
No momento, além do bitcoin, cardano, polkadot, polygon e avalanche apresentam alta de 1% ou menos entre as 20 principais criptomoedas, de acordo com dados do CoinMarketCap.
“O dia de hoje está recheado de indicadores e eventos importantes. Nos EUA haverá a divulgação do PIB trimestral, o número de pedidos por seguro desemprego e começará o evento mais aguardado do mês, o Simpósio em Jackson Hole”, comentou Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management.
O simpósio de Jackson Hole é um evento anual que reúne os principais banqueiros centrais do
mundo. Jerome Powell, o presidente do banco central dos EUA, estará presente e falará ao público na próxima sexta-feira, 26. O mercado cripto espera que o evento traga luz sobre o momento da economia americana, que enfrenta inflação recorde.
A possibilidade de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, aumente as taxas de juros novamente em 0,5 ou 0,75% em setembro pode voltar a balançar o mercado de criptomoedas.
O Índice de Medo e Ganância, indicador do sentimento do mercado cripto, voltou a demonstrar “medo extremo” por parte de investidores. Em 25 pontos, o índice é utilizado para auxiliar na decisão de investidores sobre as criptomoedas.
Apesar da lateralidade generalizada do mercado cripto, o ether apresenta alta significativa nesta quinta-feira, 25. Subindo 3% nas últimas 24 horas, a criptomoeda nativa da rede Ethereum é cotada a US$ 1.707 no momento.
Depois de atingir US$ 1.712 durante a madrugada, o ether já subiu mais de 11% desde o último dia 20. Uma das razões para o movimento de alta repentino é a confirmação oficial da data para a “The Merge”, uma das atualizações mais importantes da rede.
No dia 6 de setembro será ativada a fase “Bellatrix”, da atualização, que servirá como o gatilho para o processo de transição da rede Ethereum para prova de participação (PoS). A prova de participação é um mecanismo de consenso que pode economizar até 99% de energia elétrica na verificação de transações.
Para a mudança, será realizada uma fusão entre duas redes, a Mainnet, rede principal da Ethereum, e a Beacon Chain, que já opera em prova de participação há dois anos. O processo levará aproximadamente duas semanas, com conclusão prevista para entre os dias 10 e 20 de setembro, quando a fase Paris entrará em cena para executar a atualização.
Apesar as expectativas da maioria das empresas e projetos para a “The Merge” ser positiva, há aqueles que preferem redes em blockchain que funcionam pela prova de trabalho (PoW) e utilizem a mineração. Por isso, outro token relacionado à Ethereum também sobe quase 10% nas últimas 24 horas: o ETC, da Ethereum Classic.
Gerada a partir de uma bifurcação da rede Ethereum em 2016, a Ethereum Classic funciona sob o mesmo código e irá manter o uso da prova de trabalho para verificar suas transações, o que atraiu boa parte dos mineradores da Ethereum.
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