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Empresas precisam ir além da curiosidade e criar usos para IA generativa, diz presidente da Dell

Em entrevista à EXAME, Diego Puerta ressaltou que a inteligência artificial vai ajudar no desenvolvimento humano

Diego Puerta é o presidente da Dell no Brasil (Dell/Divulgação/Divulgação)

Diego Puerta é o presidente da Dell no Brasil (Dell/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 2 de julho de 2024 às 17h41.

Última atualização em 3 de julho de 2024 às 10h45.

A explosão da inteligência artificial generativa desde 2023 tem gerado muita curiosidade nas empresas, mas é preciso que elas também criem seus casos de uso para tecnologia de modo a aproveitar os benefícios que ela pode trazer. É o que defende Diego Puerta, presidente da Dell no Brasil, em entrevista à EXAME durante a Febraban Tech 2024.

Na avaliação do executivo, as empresas têm mostrado "muita curiosidade", mas já existem companhias que estão conseguindo ir além para construir "casos de uso que geram valor". No caso brasileiro, porém, ele pontua que "não é o boom de negócios que estamos vendo ao redor do mundo, em especial nos Estados Unidos. Ainda não vimos isso aqui, mas é mercado aquecido e curioso".

"Várias empresas já estão usando IA de forma exploratória, inicial, mas as que estão conseguindo adotar de forma interessante têm uma preocupação com concorrência, tratam como um segredo de negócio, uma vantagem competitiva. Até por isso, não temos ouvido falar tanto desses casos", comenta Puerta.

Dell e IAs

O presidente da Dell pontua que a inteligência artificial, em especial a generativa, é o que "faz brilhar os olhos" do mercado hoje, mas que também existem tecnologias essenciais que "permitem que a IA seja do jeito que é": "É preciso gerar e armazenar dados, precisa de edge computing, 5G, a capacidade de obter dados de qualquer lugar e então processá-los. São coisas que estão no em torno, desbloqueando o potencial da IA".

Puerta ressalta, porém, que as ferramentas e modelos de IA "só vão ser bem-sucedidas se tiverem bons dados, e a especialidade da Dell é cuidar, tratar e proteger dados. A recomendação hoje é customizar esses modelos com uma restrição local, até para evitar alucinações".

O executivo lembra que a inteligência artificial não é nova, pelo contrário: a tecnologia é antiga, com o termo datando de 1956. Porém, ela vem passando por uma constante evolução de lá para cá, o que lhe dá "uma capacidade de contribuição grande pros negócios".

"Antes, a empresa dependia de um cientista de dados para tirar inputs. A IA generativa ampliou as possibilidades, ampliou muito o impacto. É uma tecnologia transformadora, acredito nisso. Ela vai ampliar muito as capacidades de como a tecnologia pode ajudar no desenvolvimento humano, nessa visão de termos a tecnologia como um catalisador do desenvolvimento humano", afirma.

Puerta comenta que, na própria Dell, a IA "é uma prática de muito tempo". O foco da empresa, porém, não está em criar modelos de linguagem ou chatbots como o ChatGPT, mas sim atuar na infraestrutura por trás da tecnologia, em especial nos segmentos de armazenamento, processamento e segurança de dados.

"Buscamos oferecer uma solução integrada, mas simples, para que as empresas possam focar em desenvolver um caso de uso que gere valor para o negócio. Todo mundo fala sobre IA, que vai mudar, transformar, mas pouca gente conhece a tecnologia efetivamente. É preciso achar onde agregar valor", avalia.

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O presidente da Dell no Brasil explica que a empresa "está na infraestrutura, oferecendo o ambiente necessário para que os clientes se preocupem com as soluções, aplicações e casos de uso. Uma de nossas propostas de valor sempre vai ser o mais agnóstico possível. Conforme avançamos no mercado corporativo, a Dell ampliou parcerias e abriu as portas para trabalharmos em conjunto, inclusive agora com IA".

E Puerta também mostra otimismo com a adoção dessa tecnologia no Brasil: "A Dell tem uma percepção muito positiva sobre a capacidade do mercado brasileiro de adotar novas tecnologias. Temos de lembrar quão inovador é o mercado financeiro, onde criou-se uma tecnologia bancária muito forte, com aderência muito grande a novas tecnologias, então tem uma adoção muito grande a novas tecnologias".

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