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Empresas do Brasil compraram US$ 1,4 bilhão de cripto no exterior para vender no país, aponta BC

Empresas brasileiras intensificaram as compras de criptomoedas no exterior, totalizando US$ 1,429 bilhão em importações de criptoativos no mês de setembro de 2024

 (Madrolly/Getty Images)

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Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 18h09.

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Empresas brasileiras intensificaram as compras de criptomoedas no exterior, totalizando US$ 1,429 bilhão em importações de ativos digitais no mês de setembro de 2024, uma alta de 40% em comparação aos US$ 1,032 bilhão registrados no mesmo período de 2023, segundo dados do Banco Central do Brasil, divulgados nesta terça, 29.

As exportações de criptoativos, por outro lado, apresentaram um volume muito menor. Em setembro deste ano, o Brasil exportou cerca de US$ 44 milhões em criptoativos, valor próximo aos US$ 45 milhões registrados em 2023.

Assim, o saldo líquido, diferença entre importações e exportações, resultou em uma saída de US$ 1,385 bilhão em setembro, acima dos US$ 987 milhões do mesmo mês no ano passado. Esse saldo reflete a crescente procura no mercado interno, que exige maior volume de ativos digitais comprados no exterior para abastecer a demanda local.

Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do Banco Central, comentou que as importações líquidas de criptoativos, embora altas, registraram uma leve queda em relação a agosto, quando o montante líquido foi de US$ 1,5 bilhão.

“Isso não necessariamente indica que elas chegaram a um teto, mas ajuda a observar a dinâmica dos criptoativos no Brasil”, apontou Rocha, destacando que o país segue com uma balança de criptoativos positiva e com forte movimento de compras no exterior para revenda no mercado nacional.

Importação de bitcoin

A conta do Banco Central leva em consideração tanto criptoativos sem emissor, como o Bitcoin, quanto aqueles com emissor, como as stablecoins. Esse resultado acompanha uma tendência observada ao longo de 2024, que mostra uma demanda mais robusta por ativos digitais em relação ao ano anterior.

Conforme o regulador, a maioria dos endereços que vendem criptomoedas a exchanges brasileiras estão localizados em Estados Unidos, Hong Kong, Singapura, Ilhas Virgens Britânicas e Reino Unido.

Dados do BC, divulgados no ano passado, apontam que cerca de 99,7% das compras internacionais de bitcoin (importações) não são realizadas por pessoas físicas, mas por empresas de criptomoeda que compra bitcoin para revender para os clientes no Brasil.

"Desde 2020 a participação de transações internacionais realizadas por pessoas físicas residentes no valor do comércio de CAWLM foi de apenas 0,3%. A participação das empresas financeiras e não-financeiras residentes representou, portanto, 99,7%", afirma o BC.

O BC segue a metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o tratamento de criptoativos semelhantes ao bitcoin (criptoativos sem passivos correspondentes, desenvolvidos para servirem como meio de troca - CAWLM) são classificados como ativos não-financeiros, uma vez que, embora sejam ativos, não constituem passivos de uma contraparte emissora.

As negociações de bitcoin vem impactando a balança comercial do Brasil desde 2019, ano em que o BTC e as criptomoedas passaram a constar no cálculo da Balança Comercial do Banco Central. No entanto, em junho deste ano houve uma alteração na metodologia do BC (seguindo determinações do FMI) e os criptoativos 'saíram' da Balança Comercial e passaram a integrar as transações correntes.

No entanto, não é só a negociação de criptomoeda que entra no balanço comercial nacional, a atividade de mineração também é considerada "um processo produtivo", seguindo recomendações do texto “Treatment of Crypto Assets in Macroeconomic Statistics”.

Segundo o BC, o valor total das transações com cripto apresenta trajetória ascendente. Além disso, o valor médio das transações mantém-se acima de US$ 100 mil desde 2018. O regulador destaca ainda que os fluxos de criptos no balanço de pagamentos do Brasil registram valores elevados de importações e valores baixos de exportações devido ao custo de energia do país.

"A relativa ausência de exportação deve-se, entre outros fatores, ao alto custo de eletricidade no Brasil, o que inibe a mineração de criptomoedas. Esse argumento está respaldado por dados do FMI , que afirma que 80% da mineração mundial de bitcoin tem sido realizada em apenas quatro países: China, Geórgia, Suécia e EUA", afirma um relatório do BC apresentado no começo do ano.

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