Future of Money

Emissora de stablecoin transfere R$ 5,2 bilhões para Bahamas após falências nos EUA

Responsável pela TUSD realizou movimentação de reservas após concorrente USDC perder investidores por ligação com banco SVB

Criptomoedas precisam de reservas para garantir paridade com o dólar (Reprodução/Reprodução)

Criptomoedas precisam de reservas para garantir paridade com o dólar (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 16 de março de 2023 às 18h00.

Última atualização em 16 de março de 2023 às 22h07.

A Archblock, empresa responsável pela criptomoeda pareada ao dólar TUSD, decidiu enviar parte das reservas da stablecoin para um banco nas Bahamas. Os fundos estavam depositados em bancos nos Estados Unidos, mas a companhia decidiu transferi-los após a sequência de falências de banco regionais no país, incluindo o Silicion Valley Bank (SVB).

A informação foi confirmada pela Bloomberg a partir de um documento de contabilidade da empresa. De acordo com a Archblock, foram transferidas cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5,24 bilhões, na cotação atual) em reservas da TUSD para o banco Capital Union Bank.

A instituição já armazena parte das reservas da maior criptomoeda pareada ao dólar do mercado, o Tether (USDT). As reservas são importantes para uma stablecoin porque garantem que 1 unidade do criptoativo é equivalente a US$ 1. Caso as liquidações de investidores superem as reservas, a paridade é perdida.

O diretor financeiro e operacional da Archblock Alex de Lorraine disse à Bloomberg que a decisão foi tomada devido à piora das condições bancárias para empresas cripto nos Estados Unidos. Os bancos que faliram recentemente era mais amigáveis ao setor, sendo usados para armazenar fundos ou realizar conversões para dólar. Agora, as companhias precisarão encontrar outras instituições financeiras no país dispostas a realizar essas atividades, o que pode demorar e ser mais difícil.

Um estudo divulgado pela empresa CoinGecko nesta semana mostrou que a TUSD foi a stablecoin mais beneficiada pelos problemas enfrentados pela USDC, a segunda maior criptomoeda pareada ao dólar no mercado. Ela teve um aumento de 57,4% na sua oferta em circulação entre os dias 10 e 13 de março, atingindo uma oferta em circulação de US$ 2 bilhões pela primeira vez.

USDC perde fatia de mercado

Já a USDC perdeu US$ 3,9 bilhões de oferta, cerca de 9,1%, no mesmo período, com uma saída de investidores. A criptomoeda chegou a perder a paridade com o dólar após a revelação de que ela detinha 3,3% de suas reservas no Silicon Valley Bank, que foi fechado por autoridades dos EUA em meio a uma corrida de retirada de fundos por clientes.

No sábado, 11, a stablecoin chegou a valer US$ 0,87. Entretanto, no dia seguinte ela já iniciou um movimento de recuperação após os reguladores dos Estados Unidos anunciarem um plano que permitiu que os clientes do bancos acessassem seus depósitos.

Outro levantamento do CoinGecko divulgado no mesmo dia aponta que a Circle, emissora da USDC, era a maior empresa do mercado de criptomoedas com exposição declarada ao Silicion Valley Bank antes da sua falência. A pesquisa levou em conta apenas as declarações públicas de companhias.

O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasDólarBancos quebradosSilicon Valley Bank (SVB)Estados Unidos (EUA)

Mais de Future of Money

Entendendo o ciclo do halving com a dominância do bitcoin

Quer lucrar com criptomoedas em 2025? Confira dois indicadores para acompanhar

A disparada do bitcoin, regulação cripto ao redor do mundo e as perspectivas para 2025

Mulheres nas finanças e na tecnologia: paridade de gênero não pode esperar até 2155