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Em evento, Eduardo Suplicy defende renda básica universal com o blockchain

O atual vereador do município de São Paulo participou de um evento dedicado à tecnologia blockchain e às criptomoedas, onde defendeu a renda básica universal e moedas alternativas

Suplicy deu exemplos de comunidades que utilizam moedas alternativas (Fábio Teixeira/ EXAME.com/Divulgação)

Suplicy deu exemplos de comunidades que utilizam moedas alternativas (Fábio Teixeira/ EXAME.com/Divulgação)

Durante o evento Ethereum.rio nesta segunda-feira, 11, o atual vereador do município de São Paulo pelo PT, Eduardo Suplicy, nomeou e citou diversos exemplos onde a tecnologia blockchain pode impactar economias locais e a geração de renda básica universal.

O princípio de renda básica universal, bastante defendido pelo vereador, corresponde a uma quantia paga em dinheiro a cada cidadão pertencente a uma região ou nação, com o objetivo de propiciar a todos a garantia de satisfação de suas necessidades básicas.

(Mynt/Divulgação)

Nesse sentido, diversas comunidades brasileiras poderiam ser impactadas pela inovação proposta pela tecnologia blockchain e as criptomoedas. Segundo Camila Rioja, host do painel e lead LatAm na Celo, existem mais de 100 moedas sociais no Brasil. Elas são moedas alternativas às moedas oficiais de uma determinada região, utilizadas com a finalidade de gerar riqueza para sua comunidade.

“Uma das qualidades do dinheiro social é que as pessoas só podem gastar esse dinheiro no perímetro da cidade, o que estimula a economia local”, afirmou o vereador Eduardo Suplicy. “No Brasil, isso começou na comunidade Palmas em Fortaleza. Essa experiência obteve muito sucesso e se espalhou para outros lugares, especialmente em Maricá, uma comunidade de Niterói, onde acharam interessante criar um banco social e seu próprio dinheiro. Ele tem o nome do rio que cruza a cidade, o Mumbuca, e é utilizado para a transferência de renda”, explicou.

Criado em 2019, o Mumbuca foi distribuído inicialmente entre 24 mil pessoas da comunidade. No Entanto, os planos de Maricá para a moeda são ambiciosos. “Em 2019 o prefeito decidiu que todas as famílias que recebiam até três salários-mínimos, que eram a maioria, 24 mil pessoas, começariam a receber 170 mumbucas por mês. Até o final de 2024, todos os residentes de Maricá terão o direito à renda básica, desde crianças até idosos”, afirmou Suplicy, bastante otimista quanto ao projeto: “R$ 35 milhões circularam em Maricá, e há uma expectativa de que R$ 70 milhões serão injetados na cidade de Niterói”, informou.

Ainda que temporariamente, o Rio de Janeiro virou a casa dos maiores especialistas em blockchain da América Latina e do mundo. Entre os dias 11 e 20 de março, ocorre o Ethereum.rio, evento realizado pela Comunidade Independente da Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo.

Com o objetivo de fomentar um hub regional, capaz de gerar conexão, colaboração e o desenvolvimento do ecossistema cripto no Rio de Janeiro e no Brasil, o evento é a primeira conferência nacional do gênero. Nele, projetos brasileiros estão sendo apresentados a empreendedores estrangeiros e um hackathon foi dedicado à resolução de problemas da cidade maravilhosa.

Quem também apresentou iniciativas inovadoras no evento foi Gladstone Arantes, especialista em blockchain do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A instituição está desenvolvendo o BNDES Token, projeto que o especialista, que também é professor convidado das faculdades FGV e Ibmec no Rio de Janeiro, elucidou por meio de uma apresentação em slides.

(Gladstone Arantes/BNDES)

Segundo Arantes, o objetivo do BNDES é “promover a inovação no uso da tecnologia blockchain para as aplicações de interesse público, com ênfase na confiança necessária para medidas antifraude e em favor da transparência”.

A ideia para a criação do token, segundo Glastone, teria surgido em uma discussão entre colegas de trabalho. “Entedemos, em discussão com nossos colegas, que ter uma estrutura para os sistemas do governo aceleraria a inovação”, contou.

Até o dia 20, a Ethereum.rio segue conectando especialistas e projetos de destaque no Museu do Amanhã. O evento oferece iniciativas de impacto social, conteúdo educacional e oportunidades para ONGs e comunidades cariocas, de forma completamente sustentável. Em parceria com a MOSS, todas as emissões de carbono serão compensadas. “A compensação das emissões do evento foi um consenso entre todos os organizadores. Esperamos que essa e outras iniciativas inspirem outros eventos a seguirem o mesmo caminho”, afirmou Luiz Hadad, curador ESG e voluntário da Ethereum.rio.

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