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Elon Musk cogitou blockchain no Twitter e negócio com dono de corretora cripto, mostram documentos

Bilionário foi informado de interesse de Sam Bankman-Fried, da FTX, em aquisição da rede social, mas conversas não avançaram

Elon Musk chegou a cogitar integrar o blockchain ao Twitter, com cobrança em criptomoeda para a realização de posts (Ted Talk/Reprodução)

Elon Musk chegou a cogitar integrar o blockchain ao Twitter, com cobrança em criptomoeda para a realização de posts (Ted Talk/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2022 às 12h26.

Última atualização em 30 de setembro de 2022 às 14h13.

O bilionário Elon Musk cogitou usar a tecnologia blockchain no Twitter caso comprasse a empresa de rede social, de acordo com uma série de trocas de mensagens divulgadas nesta semana como parte do processo entre o empresário e a companhia.

Antes mesmo de realizar oficialmente a proposta de compra pelo Twitter, Musk sugeriu em uma mensagem criar uma rede social "baseada em blockchain" e que "incluísse pagamentos".

(Mynt/Divulgação)

"Você tem que pagar uma pequena quantia para registrar sua mensagem no blockchain, o que eliminará a grande maioria dos spams e bots. Não há moderação, então a liberdade de expressão é garantida", explicou o empresário ao seu irmão, Kimbal Musk, em 9 de abril deste ano.

No mesmo dia, Kimbal afirmou que o sistema em blockchain poderia facilitar a expulsão de golpistas na plataforma, mas que a tecnologia "impede que as pessoas excluam tweets. Prós e contras, mas que comecem os jogos!".

O irmão de Elon Musk sugeriu ainda a criação de uma criptomoeda digital nativa para os usuários do Twitter, que "não precisaria ser cara", mas precisaria ser mantida em carteiras digitais dos usuários para a realização de publicações.

Ao conversar com o presidente da The Boring Company, Steve Davis, o bilionário disse: "meu plano B é uma versão do Twitter baseada em blockchain, onde os tuítes são incorporados na troca de comentários”.

Musk afirmou ainda que seria possível "pagar talvez 0,1 Doge por comentário ou republicação desse tuíte", se referindo à criptomoeda dogecoin.

Negócios com Sam Bankman-Fried

No mês de março, Musk chegou a conversar com o filósofo e autor William MacAskill sobre o tema. Na troca de mensagens, MacAskill afirmou que havia um outro "possível interessado" na compra do Twitter, o empresário Sam Bankman-Fried, fundador da segunda maior exchange do mundo, a FTX.

MacAskill compartilhou o número do empresário com Musk, que então perguntou se ele tinha "grandes quantias de dinheiro". Na resposta, o autor disse que Bankman-Fried poderia oferecer entre US$ 8 a US$ 15 bilhões no negócio.

Depois, em outra conversa, o diretor global de investimento em tecnologia do Morgan Stanley, Michael Grimes, afirmou que o fundador da FTX poderia contribuir com cerca de US$ 5 bilhões para a transação.

Musk e Sam Bankman-Fried (SBF) chegaram a trocar mensagens ao longo do mês de abril. Em uma delas, o fundador da FTX compartilhou um artigo que explicava como o blockchain funcionaria na integração com o Twitter.

Pouco tempo depois, porém, Musk avisou Grimes que não queria ter um "debate cansativo sobre blockchain", e que não acreditava mais que seria possível usar a tecnologia no Twitter.

“O blockchain no Twitter não é possível, pois os requisitos de largura de banda e latência não podem ser suportados por uma rede usuário a usuário, a menos que esses ‘usuários’ sejam absolutamente gigantescos, anulando assim o propósito de uma rede descentralizada”, defendeu o fundador da Tesla e da SpaceX.

Os empresários interagiram uma última vez em 5 de maio. Ao receber uma mensagem de SBF, Musk perguntou "desculpa, quem está enviando essa mensagem?".

O acordo entre Musk e o Twitter também não avançou. O bilionário desistiu da compra, avaliada em US$ 44 bilhões, acusando a empresa de mentir sobre a quantidade de contas falsas na plataforma. Desde então, os dois lados entraram em uma batalha judicial, o que levou à divulgação das mensagens como parte das provas no processo.

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