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Efeito Trump: presidente faz mercado cripto saltar e depois perder quase todos os ganhos em 5 meses

Vitória do atual presidente dos EUA gerou euforia que fez criptomoedas baterem diversos recordes, mas ‘tarifaço’ mudou o cenário

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de abril de 2025 às 15h44.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 16h03.

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Quando Donald Trump saiu vitorioso das eleições presidenciais de 2024, os investidores de criptomoedas entraram em uma euforia que engatou um novo ciclo de alta do setor, a superação de novos recordes e saltos nos preços. Agora, cerca de cinco meses depois, esses mesmos investidores enfrentam o outro lado do "efeito Trump", com o setor devolvendo quase todos os ganhos nesse período.

O movimento não foi exclusivo do mundo cripto. Outros setores, em especial o de ações de empresas de tecnologia, tiveram uma trajetória semelhante. Entretanto, como já ocorreu em outras ocasiões, ele acabou sendo exacerbado no mundo dos ativos digitais, além da ocorrência de uma forte volatilidade.

Entre as principais criptomoedas do setor, o bitcoin é um exemplo dessa trajetória. O ativo estava cotado em US$ 75,6 mil em 6 de novembro, dia da eleição presidencial. Após a vitória de Trump, ele iniciou uma forte alta e quebrou uma sequência de recordes até a máxima de preço de US$ 109 mil pouco antes da posse do presidente, em 20 de janeiro.

Nesta segunda-feira, 7, a criptomoeda está cotada em US$ 78,9 mil, segundo dados da plataforma CoinGecko, mas chegou a ser negociada abaixo dos US$ 76 mil nas primeiras horas do dia. Na prática, portanto, o ativo devolveu quase todos os ganhos que teve com a vitória de Trump.

Em alguns casos, a queda tem sido tão intensa que os ativos chegaram a preços abaixo dos registrados em 6 de novembro. É o caso do ether, que estava em US$ 2,7 mil no dia da eleição, teve um auge do ciclo em US$ 4 mil e, agora, negocia abaixo de US$ 1,57 mil. Já a Solana chegou a 6 de novembro em US$ 187, teve um pico em US$ 262 e, agora, está em US$ 105.

Também existem exceções. É o caso do XRP, que chegou em 6 de novembro a US$ 0,55, atingiu um pico no ciclo de US$ 3,33 e, agora, conta com um preço na casa dos US$ 1,91, ainda com uma valorização expressiva. A regra, porém, tem sido a de uma reversão de quase todos os ganhos nos últimos cinco meses.

O movimento se reflete na capitalização do mercado de criptomoedas. Em 6 de novembro, ela estava em US$ 2,4 trilhões. Chegou a um pico no ciclo de alta de US$ 3,9 trilhões. Atualmente, está em US$ 2,56 trilhões, segundo o CoinGecko.

Por que as criptomoedas estão caindo?

Apesar de alguns projetos terem tido acontecimentos específicos que culminaram em quedas mais intensas, em geral o movimento é majoritariamente atribuído à decisão de Donald Trump de impor tarifas expressivas contra diversos países ao redor do mundo. Antes disso, a abordagem errática do governo para anunciar essas medidas e o vaivém de anúncios resultou no início do fim do ciclo de alta das criptomoedas e nas fortes quedas.

A avaliação de investidores, analistas e empresas é de que as medidas de Trump e as prováveis retaliações de outros países terão um efeito inflacionário intenso, com chances elevadas de uma recessão global nos níveis de 2008. Nesse cenário, a tendência é de retirada de investimentos de ativos de risco, caso das criptomoedas, que acabam sendo especialmente prejudicadas.

Antes disso, o otimismo no mercado de criptomoedas envolvia a avaliação de que Trump tomaria uma série de medidas favoráveis para o setor, além da visão de que a economia dos EUA estaria caminhando para evitar uma recessão e possibilitar diversos cortes nas taxas de juro do país.

Trump chegou a anunciar projetos relevantes e significativos para o mercado cripto, mas não anunciou nenhuma compra de bitcoin ou outras criptos como alguns investidores esperavam, frustrando parte do mercado. Já o quadro macroeconômico dos Estados Unidos, que parecia positivo, mudou drasticamente. Como resultado, o setor foi do céu ao inferno.

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