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E se a Inteligência Artificial não fosse só sobre eficiência?

No setor financeiro, a inteligência artificial pode (e deve) ser uma força para inclusão e aceleração das práticas ESG

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de junho de 2025 às 10h28.

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Por Tatiana Orofino*

 Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) ganhou destaque pela sua capacidade de otimizar processos bancários. Essa transformação já é uma realidade, e hoje praticamente todas as instituições financeiras utilizam IA em suas operações. Porém, em tempos de progressos sociais e digitais muito acelerados, o que era novidade há uma década já foi comoditizado.

O investimento em tecnologia, antes visto como inovação, tornou-se essencial. A questão mais relevante atualmente não é mais “o que a IA pode fazer pelos bancos?”, mas sim “como os bancos podem usar a IA para melhor atender à sociedade?”.

Diversos fatores aceleraram a necessidade de as empresas se adaptarem às normas ESG, especialmente no período pós-pandêmico. Emergências sociais e ambientais tornaram-se ainda mais visíveis e evidenciaram a urgência de avançar em dois pilares fundamentais, cada vez mais cobrados pela sociedade: a diversidade e a sustentabilidade nas organizações.

Estamos em uma era onde os clientes escolhem marcas que refletem seus valores.  Com isso, seguir as diretrizes ESG deixou de ser apenas uma iniciativa de responsabilidade corporativa - tornou-se um requisito estratégico para que instituições financeiras permaneçam relevantes e competitivas.

Segundo Werner Vogels, VP e CTO da Amazon,  até 2025, Millennials e a Geração Z estarão ainda mais atentos a temas como desigualdade, saúde mental e mudanças climáticas. Essa consciência influenciará tanto o comportamento de consumo quanto o perfil da força de trabalho do futuro.

Como qualquer empresa, instituições financeiras buscam maior eficiência de custos, o que também pode refletir em práticas sustentáveis. Além disso, têm um papel central na promoção da sustentabilidade em outros setores, por meio de ações como a concessão de crédito atrelada a critérios ESG ou o uso de análises avançadas para avaliar riscos com foco ambiental e social — como fazem seguradoras ao considerar múltiplas variáveis para mitigar impactos.

Também podem estruturar fundos compostos por ativos de empresas comprometidas com ESG e com bom desempenho financeiro, promovendo ganhos para investidores e para o meio ambiente.

Inovação no contexto ESG

Algumas empresas já entenderam a vantagem de incorporar um modelo de governança mais sustentável, com resultados concretos comprovando que é possível continuar inovando e ao mesmo tempo gerar valor para a sociedade.

Aproveitando os benefícios da computação em nuvem, os bancos digitais surgiram há alguns anos oferecendo serviços sem tarifas e com operações 100% remotas, acessíveis de qualquer lugar do país. Isso impulsionou a inclusão financeira em larga escala. Mais recentemente, fintechs voltadas para as comunidades específicas, como o G10 Bank, conhecido como “banco da favela”, começaram a ganhar espaço.

A startup desenvolveu uma metodologia própria de análise de crédito baseada em dados alternativos, como reputação local, histórico de empreendedorismo e comportamento digital. Ao aplicar inteligência artificial de forma  inclusiva e livre de vieses,  ampliou o acesso ao crédito em áreas onde os modelos tradicionais não alcançam.

Nesse contexto de inovação e inclusão, o Open Finance surge como mais um catalisador para ampliar o acesso e a personalização dos serviços financeiros. Ao permitir que os próprios usuários compartilhem seus dados entre diferentes instituições de forma segura e controlada, o sistema cria oportunidades para ofertas mais aderentes à realidade de cada pessoa.

Isso fortalece a concorrência, estimula a criação de soluções sob medida — especialmente para públicos historicamente desassistidos — e contribui para um ecossistema financeiro mais transparente, eficiente e democrático.

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A inteligência artificial também tem sido usada como ferramenta de educação financeira no Brasil. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), por exemplo, desenvolve uma série de iniciativas para ajudar os consumidores no planejamento de finanças pessoais e gestão de dívidas. Um exemplo é o portal Meu Bolso em Dia, que oferece informações e ferramentas financeiras acessíveis.

Na última edição do Febraban Tech 2025 — principal evento de tecnologia e inovação do setor financeiro na América Latina — foi anunciado mais um novo avanço: a criação de um agente de IA generativa para apoiar ainda mais usuários nessa jornada.

Desenvolvido em colaboração com a Amazon Web Services (AWS), o novo agente de IA será uma ferramenta acessível, inclusiva e eficaz para orientar os brasileiros em sua organização financeira, usando linguagem natural. A proposta é fortalecer a autonomia e a sustentabilidade econômica das famílias.Já comum em atendimentos automatizados, o uso de chatbots ganha aqui uma nova função social: oferecer  orientações financeiras de forma simples, mesmo para quem nunca teve acesso a um gerente de banco ou consultor financeiro.

A aderência ao ESG é o futuro dos negócios. É imprescindível que as instituições financeiras definam, o quanto antes, como e onde a IA pode atuar nesse cenário.  As possibilidades do uso de IA no setor são inúmeras e se configuram como uma oportunidade para que as instituições sirvam melhor à sociedade.

*Tatiana Orofino é líder de desenvolvimento de negócios para o setor financeiro na AWS América Latina e assumiu neste ano a liderança do conselho do Women at Amazon, grupo de afinidades global para mulheres, funcionários não binários e aliados, do qual faz parte desde 2021. É graduada em engenharia da computação, com larga experiência em soluções inovadoras para empresas.

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