Índia está realizando testes para lançar uma moeda digital própria (menonsstocks/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 12h08.
Última atualização em 5 de janeiro de 2024 às 12h19.
A e-Rupia, projeto de moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) da Índia, atingiu no dia 27 de dezembro o marco de mais de 1 milhão de transações processadas em um único dia. Atualmente, o projeto está em fase de testes com grandes bancos de varejo.
De acordo com o site CoinDesk, o banco central da Índia informou que o recorde de transações foi atingido, em parte, porque um dos bancos que estão participando dos testes está depositando fundos e benefícios de seus empregados usando a CBDC, ao invés da rupia "tradicional".
A meta de 1 milhão de transferências diárias havia sido estipulada pelas autoridades indianas para ser atingida até o fim de 2023. Entretanto, ainda não se sabe se o recorde foi mantido nos dias subsequentes ou se ele foi apenas uma exceção.
Atualmente, a Índia está conduzindo testes com duas aplicações diferentes para sua CBDC. Um deles é focado em aplicações de varejo para transações diárias — com objetivos semelhantes ao do Pix no Brasil — e está ativo em 15 cidades, com mais de 12 bancos participantes.
Esse piloto começou em 1º de dezembro de 2022, ainda não foi concluído e a Índia não informou quando pretende lançar esse tipo de moeda digital. O país já possui um sistema de pagamentos instantâneos semelhantes ao Pix, o UPI, que pode acabar concorrendo com essa CBDC.
A Reuters afirmou que houve um esforço de bancos estatais e privados para impulsionar as transferências usando a CBDC de varejo, com os depósitos e transferências de benefícios de funcionários.
Ao mesmo tempo, a Índia também realiza testes com uma CBDC com foco em atacado. Nesse caso, a moeda digital é usada principalmente nas transferências de depósitos bancários entre instituições financeiras, uma área não abarcada pelo UPI.
É um caso semelhante ao do Brasil. Devido ao sucesso do Pix, o Banco Central optou por se concentrar no desenvolvimento de uma CBDC de atacado, batizada de Drex. Atualmente, o piloto do projeto brasileiro está focado em testes de privacidade e segurança, e não escalabilidade, e por isso não possui um volume de transferências como na Índia.
A ideia, ainda, é que o Drex sirva como uma plataforma para que instituições usem a tecnologia blockchain e realizem a tokenização de ativos, que por sua vez seriam negociados no varejo. O piloto do Drex foi iniciado em junho de 2023 e deve ser concluído em maio deste ano.
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