Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 29 de agosto de 2023 às 16h15.
A mineração de bitcoin surgiu como uma atividade essencial para o ecossistema do bitcoin, servindo tanto para validar movimentações na sua rede blockchain quanto para liberar novas unidades do ativo no mercado. E, inicialmente, a atividade era não apenas lucrativa, como podia ser realizada de casa.
Com o tempo, porém, a adesão ao projeto aumentou, a quantidade de movimentações também e a demanda por mineradores disparou, assim como a competição entre eles. E isso resultou em um encarecimento crescente da atividade para os interessados em minerar bitcoin de forma doméstica, assim como no surgimento de grandes empresas dedicadas à atividade.
É o que aponta um levantamento realizado pela empresa CoinGecko, que mensurou os custos de mineração de 1 bitcoin feita em casa. O estudo mostra que o consumo de eletricidade necessário para realizar essa operação equivale, atualmente, a um sexto de todo o gasto de uma casa nos Estados Unidos em 2021.
O estudo mostra que, atualmente, a Itália tem o maior gasto: seria necessário desembolsar US$ 208 mil para minerar apenas 1 bitcoin. Já o país com melhor custo-benefício é o Líbano, em que seria necessário consumir o equivalente a US$ 260 em eletricidade.
O Brasil está no meio do caminho, segundo o levantamento. Um brasileiro interessado em se tornar um minerador independente precisaria gastar US$ 45 mil para minerar 1 bitcoin. A cifra é equivalente a cerca de R$ 218 mil, na cotação atual. Entretanto, esse brasileiro estaria no prejuízo: atualmente, o bitcoin está cotado em US$ 27 mil, ou R$ 131 mil.
Além disso, alguns vizinhos dos brasileiros estão em uma situação mais vantajosa. o custo no Paraguai é de US$ 14 mil, e na Argentina, de US$ 9 mil. Já no Uruguai, o custo seria de US$ 67 mil, e no Peru, de US$ 65 mil. Nos Estados Unidos, o custo é de US$ 46 mil.
Entre os fatores que encarecem a operação atualmente estão "o preço da eletricidade, o equipamento necessário e a dificuldade de mineração na rede", explica a CoinGecko. Quanto maior é a dificuldade, mais eletricidade consumida e mais caros são os equipamentos necessários.
Na média global, o custo de mineração doméstica de 1 bitcoin é de US$ 46.291, que é cerca de 35% maior que o preço médio da criptomoeda em julho de 2023. Em geral, a Europa é a região mais cara devido ao alto custo da eletricidade, enquanto a Ásia é a mais barata.
Os 10 países com maior custo benefício no momento são: Líbano, Irã, Síria, Etiópia, Sudão, Líbia, Quirguistão, Angola, Zimbábue e Butão. Já os com pior custo benefício são: Itália, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Lituânia, Países Baixos, Reino Unido e Ilhas Caymã.
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