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"É improvável que bitcoin se torne uma moeda", diz presidente da SEC

Gary Gensler voltou a criticar criptomoedas e disse que classe de ativos precisa "provar o seu valor" para os investidores

 (Coindesk/GettyImages/Getty Images)

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Gary Gensler, o atual presidente da SEC, declarou nesta semana que é "improvável" que o bitcoin ou outras criptomoedas se tornem uma moeda como o dólar ou o euro. O líder de regulação do mercado norte-americano falou sobre o tema durante sua participação em um evento da New York University, reforçando sua posição como um crítico ferrenho do setor.

Durante sua participação, Gensler foi questionado sobre o valor que ele via em moedas digitais. A resposta do regulador foi que os ativos digitais ainda não conseguiram provar completamente o valor deles para os usuários, o que dificulta uma adoção em maior escala por parte da população.

Mesmo assim, ele afirmou que a SEC é "neutra em relação ao mérito" de qualquer ativo, incluindo os digitais, e que o público de investidores terá o direito de decidir "a partir das declarações" dos responsáveis por esses projetos se há alguma utilidade nas criptomoedas.

Nesse sentido, ele pontua que "esses debates [sobre moedas] literalmente nos levam de volta para Platão e Aristóteles. Isso é uma história de 3 mil anos. Envolve centenas de grandes nações. Nós tendemos a ter uma moeda por Estado geográfico e econômico. Nós tendemos a não ter nem um bimetalismo".

Na visão de Gensler, os países tradicionalmente querem apenas uma moeda, já que ela serve como "reserva de valor, meio de troca e unidade de conta. É toda uma gigante economia de redes. Então é improvável que essas coisas [criptomoedas] se tornam moedas. Elas precisarão mostrar o seu valor por meio do uso".

O presidente da SEC também defendeu a postura dura do regulador com ativos digitais, afirmando que o setor possui "muitos fraudadores, golpistas e golpes. Com todo respeito, as principais figuras desse setor estão agora ou na cadeia ou aguardando extradição", provavelmente se referindo a Sam Bankman-Fried, da FTX, e Changpeng Zhao, ex-CEO da Binance.

Ele também defendeu que os Estados Unidos não precisam de novas regulamentações e que seria possível supervisionar o mercado de criptomoedas com o arcabouço atual. Políticos e empresários de cripto, porém, defendem que o país precisa de um arcabouço específico para o mercado.

Questionado sobre o impacto das eleições presidenciais deste ano para a SEC, Gensler preferiu não responder. No momento, a expectativa de empresários é que ele seja substituído tanto em caso de uma vitória de Donald Trump - publicamente mais favorável a cripto e crítico de Gensler - quanto de Kamala Harris.

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