(Priscila Zambotto/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 08h00.
Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha e a TecBan, empresa por trás dos caixas eletrônicos Banco24Horas, revelou que 82% da população brasileira ainda não sabe o que é o Drex, a moeda digital desenvolvida pelo Banco Central com previsão de lançamento em 2024.
O levantamento descobriu que apenas 18% dos brasileiros conectados à internet sabem o que o Drex. A pesquisa “Relação dos brasileiros conectados à internet com serviços financeiros e com caixas eletrônicos”, que investigou os hábitos e demandas da população em relação aos bancos e aos meios de pagamentos.
Compartilhado com exclusividade à EXAME, o estudo foi conduzido pelo Datafolha a pedido da TecBan de forma on-line através de painel de internautas, entre os dias de 25 de setembro a 6 de outubro de 2023, com abrangência nacional. Foram entrevistadas 1.519 pessoas, de todas as classes econômicas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Apesar de “ávido por inovação e novas tecnologias que facilitem o dia a dia”, o brasileiro ainda não conhece a novidade do Banco Central, segundo Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de plataformas digitais da TecBan.
Depois do Pix e do Open Finance, o Drex é mais uma peça na agenda de inovação e “com certeza não será a última”, segundo o Banco Central. A intenção é construir uma espécie de “real digital” em uma plataforma DLT, que funciona com a mesma tecnologia das redes blockchain, focado em transações programáveis de ativos tokenizados e do mundo real.
O Drex já está em fase de testes em um projeto piloto que conta com grandes instituições financeiras, empresas de tecnologia e startups. Além do Banco Central, participam dos testes BTG Pactual, Itaú, Santander, Microsoft, AWS e a própria TecBan, que fez sua primeira emissão do Drex no final de outubro.
Durante o “Especial: Real Digital” da EXAME, executivos destas e outras empresas, além do próprio Banco Central e CVM, contaram detalhes sobre o desenvolvimento da moeda digital brasileira e como sair na frente obtendo conhecimento sobre o Drex antes de todos. Confira.
O Drex ainda está em fase de piloto e a população ainda não tem acesso a ele. Isso significa que as pessoas não têm a oportunidade de conhecer suas vantagens e benefícios de forma prática.
A partir do seu lançamento oficial, previsto para o final de 2024, o Drex estará disponível para todos os brasileiros e as pessoas poderão começar a experimentar seus benefícios. Isso, sem dúvida aumentará o conhecimento sobre o Drex”, esclareceu Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de plataformas digitais da TecBan, em entrevista exclusiva à EXAME.
“Assim como houve no Open Finance, temos ainda muita oportunidade para ensinar as pessoas sobre os casos de uso do real digital e as implicações no dia a dia. Temos contribuído com o Banco Central validando temas como escalabilidade, segurança e privacidade do Drex e a barreira do desconhecimento será crucial para escalar o real digital no Brasil”, acrescentou.
O atual desconhecimento da população sobre o Drex deve ser passageiro, apontou Lopes à EXAME. No momento, é natural que poucas pessoas saibam sobre o projeto, que ainda está em fase de testes. No entanto, com o seu lançamento, a população deve se beneficiar das vantagens propostas.
“A moeda digital é um depósito tokenizado. Quanto mais conhecimento a população tiver sobre o Drex maior a democratização e o sucesso da digitalização da moeda. Durante o piloto, estamos provando alguns pontos e mapeando dificuldades que devem ser superadas”, disse.
“As Instituições precisam implementar o Drex no dia a dia da população de uma forma que seja simples. Por isso é tão importante que a gente aproveite todo o nosso ecossistema e expertise para desenvolver de forma assertiva uma base de infraestrutura que as Instituições possam utilizar para tornar real essa implementação. Inclusive para o usuário final, o Drex de Varejo poderá viabilizar diferentes tipos de transações financeiras seguras, por meio dos contratos inteligentes, por exemplo”, concluiu o executivo.
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