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Drex terá integração com inteligência artificial, revela Campos Neto

Presidente do Banco Central falou sobre o projeto de criação de moeda digital brasileira e possíveis efeitos no mercado

Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 15h55.

Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 18h30.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, revelou na última sexta-feira, 17, que o Drex deverá contar com uma integração com ferramentas de inteligência artificial. A ideia, segundo o executivo, é que a versão digital do real seja combinada com a nova tecnologia para oferecer soluções voltadas para o planejamento financeiro da população.

O presidente do Banco Central falou sobre o tema durante sua participação no “E agora, Brasil?”, evento promovido pelos jornais "O Globo" e "Valor Econômico". "A gente vai inserir um último bloco [no Drex] que eu não falei muito ainda que é inteligência artificial em cima da plataforma, que é para poder ajudar as pessoas a se programar financeiramente de um jeito mais eficiente", comentou Campos Neto.

O executivo destacou ainda que "muita gente não tem educação financeira e hoje a gente consegue, com inteligência artificial, melhorar a vida das pessoas simplesmente direcionando". Campos Neto não deu mais detalhes sobre quais soluções deverão ser criadas a partir da integração, mas deu detalhes da visão do Banco Central sobre o projeto.

Ele afirmou que a principal barreira no momento para o Drex é a garantia de escalabilidade com manutenção de privacidade: "Esse é o desafio que está todo mundo tentando fazer. Os países que lançaram moedas digitais hoje sem passar por esse processo não fizeram uma moeda digital que é inteira em blockchain, são moedas digitais que a gente chama de híbridas, como por exemplo a da Índia, que você tem uma parte de blockchain para dentro, mas aí uma parte centralizada".

"A gente quer fazer de uma forma diferente, a gente quer fazer um projeto que seja todo blockchain, porque ele sendo todo blockchain tem uma vantagem muito grande na parte de contratos e registros", pontuou. Como exemplo, ele citou a possibilidade que o Drex vai gerar e realizar contratos e registros de forma automática, com um "custo muito mais baixo do que existe hoje".

"Isso gera uma eficiência na economia. Quando as pessoas comprarem um apartamento, com o Drex tudo que elas precisam para ter o contrato é uma impressora. A hora que elas quiserem colocar esse ativo no banco para tomar dinheiro emprestado vai ser automático e vai ser transparente, isso vai gerar um custo muito menor para fazer essa operação. Eu acho que as pessoas vão migrar para um processo de digital onde você tem formas de monetizar o seu ativo mais baratas", disse Campos Neto.

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Mudanças com o Drex

Na visão do executivo, o Drex também deverá se integrar no chamado "SuperApp", que tem sido constantemente citado por Campos Neto: "Em algum momento vai fazer sentido que a gente tenha um aplicativo que junte as informações de todos os bancos, inclusive pode ser feito por um banco, pode ser feito por alguém que não seja banco, mas em algum momento a gente entende que você vai ter essa competição por canais".

Os planos do Banco Central ainda incluem, segundo o presidente da autarquia, uma integração da plataforma do Drex com o Pix, pensando em programabilidade e pagamentos automáticos. Outro cuidado que foi tomado pelo BC é o de evitar uma desintermediação bancária, o que poderia enfraquecer os bancos brasileiros. A solução encontrada é de que "os bancos fossem os emissores da moeda digital através do própria base dos depósitos, ou seja, o banco bloqueia um depósito e emite a moeda digital".

Na prática, isso significa que os bancos estarão "usando o conceito de tokenização nos seus balanços, e isso vai gerar eficiência para os bancos". Outra vantagem é que a decisão não exigirá a criação de uma nova regulamentação, já que os depósitos tokenizados vão "herdar" a regulação já existente para depósitos.

Campos Neto disse ainda que o Drex "vai facilitar muito o controle do ativo em si em termos de registro de contrato. Quando você quer colocar o seu ativo para tomar um empréstimo, vai colocar ele como colateral e fica mais fácil, mais ágil, mais transparente. Se você pode fazer com divisibilidade, eu posso dividir meu ativo porque ele é token, então eu divido ele então um pedaço e vou colocar em colateral aqui e outro ali. Isso vai transformar sua vida em uma coisa mais fácil e mais barata".

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