BTG Pactual (BPAC11) - sede do banco em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter do Future of Money
Publicado em 7 de novembro de 2023 às 11h30.
Última atualização em 7 de novembro de 2023 às 14h47.
O Banco Central está desenvolvendo o Drex, a nova moeda digital brasileira. Já em fase de testes, a autarquia selecionou no início do ano uma série de empresas e instituições financeiras para participar do projeto piloto do que será o Real Digital.
O BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, está entre as instituições selecionadas e já realizou a primeira transação com o Drex no piloto. Raphael Soares, líder de tecnologia da área de Digital Assets, acredita que o Drex, quando lançado, poderá democratizar o acesso aos produtos de investimento.
Em entrevista exclusiva à EXAME, Soares contou que o banco de investimentos participa de conversas sobre o Drex desde o início do ano, quando a Febraban montou um grupo de trabalho chamado ACT junto com os principais bancos brasileiros para trabalhar em conjunto com o Banco Central no projeto do então “Real Digital” que posteriormente foi apelidado de Drex.
Já no piloto, o BTG participou de decisões técnicas e padronizações “conseguimos estar bastante ativos nesse início do piloto”, disse o executivo.
O banco possui dois funcionários inteiramente dedicados ao projeto piloto do Drex: um focado em infraestrutura e outro em desenvolvimento.
“Eles participam diariamente de reuniões junto com os integrantes dos outros bancos, mais o pessoal do BC, colocando a mão na massa, montando a infraestrutura necessária para subir a rede Hyperledger Besu dentro da rede do BC, fazem testes nessa rede, testes de conectividade com outros participantes, etc. Já o pessoal de desenvolvimento trabalha em conjunto com o BC e a Selic para implementar os contratos inteligentes necessários”, explicou ele à EXAME.
O banco não precisou contratar ninguém para entrar no projeto piloto, pois já possuía os funcionários necessários de acordo com as exigências do Banco Central. Há quatro anos investindo em iniciativas com ativos digitais, o BTG Pactual é um dos bancos de investimento brasileiros que mais se destaca no setor.
“Eram pessoas que já trabalham conosco em Digital Assets, então eram pessoas preparadas para já chegar jogando dentro do projeto. O BC queria pessoas que já tinham conhecimento porque eles querem ter mais agilidade nesse momento do piloto”, explicou Soares, que é líder de tecnologia em Digital Assets no BTG.
Raphael Soares contou à EXAME que o BTG Pactual aproveitou sua experiência com outras iniciativas em ativos digitais para poder se aprofundar ainda mais no Drex agora.
“Nós temos uma agenda bastante ativa em Digital Assets dentro do BTG desde meados de 2018 e 2019. Já tínhamos esse conhecimento de tecnologia e das áreas de negócio, porque tínhamos feito alguns projetos no setor”, disse ele.
Entre os projetos do BTG relacionados à ativos digitais estão o ReitBZ, primeiro security token emitido por um banco no mundo, a Mynt, plataforma de criptoativos, BTG Dol, stablecoin lastreada em dólar e mais recentemente a custódia de ativos digitais. “Isso nos auxiliou bastante como pontos positivos para a seleção para o piloto do Drex”, disse Soares.
“Olhando um pouco para trás, conseguimos atuar um pouco em todas as frentes que esse novo mundo está permitindo, adquirimos conhecimento nos últimos anos e agora com o Drex e tudo que vai começar a surgir vamos nos aprofundar ainda mais nesse mundo”, acrescentou.
O executivo e especialista em tecnologia espera que o Drex possa baratear o custo das transações que já ocorrem hoje em dia no mercado financeiro, democratizando o acesso aos produtos de investimento.
“Fazendo um paralelo, o Pix democratizou a parte de transações e hoje todo mundo tem uma maior facilidade nesse quesito. A minha expectativa é que com o Drex isso possa ser feito com produtos de investimento”, concluiu.
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