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"Drex é o início da tokenização do sistema bancário", diz Campos Neto em despedida do BC

Presidente do Banco Central afirmou que Drex faz parte de esforço de digitalização do sistema financeiro brasileiro, junto com Pix e Open Finance

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 17h07.

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O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto falou sobre o Drex nesta sexta-feira, 20, durante a sua última live no comando da autoridade monetária brasileira. Em sua fala, ele destacou que o projeto representa o "início" da tokenização do sistema bancário do Brasil, indo além de uma digitalização desse sistema.

Campos Neto comentou que "o Drex basicamente é uma tokenização, um início de uma tokenização do sistema bancário. Lembrando que o o Drex é uma moeda onde o banco bloqueia um depósito e emite um token em cima do depósito então você força a tokenização no balanço dos bancos".

A tokenização, que representa o ato de registrar ativos tradicionais em redes blockchain, foi citada por Campos Neto como a grande tendência para o futuro do sistema financeiro: "Eu acho que o mundo financeiro digitalizado não é o mundo do futuro, é o mundo do presente. E às vezes até com um pouquinho cara de passado".

"Na verdade, o mundo financeiro do futuro é um mundo tokenizado, que é diferente. A tokenização não é uma digitalização com sistema centralizado é, um sistema tokenizado de plataformas onde a gente consegue fazer coisas, negócios, onde clientes conseguem interagir entre si", explicou ainda Campos Neto.

Ele comentou também que "as pessoas consomem produtos bancários de forma descentralizada", e agora é preciso que o sistema bancário brasileiro também vá nessa direção. Para isso, ele explicou que a agenda do Banco Central combina o Drex, o Pix e o Open Finance.

"Eu tinha o primeiro bloco que era o trilho para engajar todo mundo, que é o Pix. Depois, eu tenho um bloco de portabilidade e comparabilidade em tempo real. Depois, a gente tem um outro bloco que é internacionalizar essas vantagens e essas velocidades de pagamento. Depois, tem o último bloco que é pegar e tokenizar tudo isso, ou seja, passar do mundo digital centralizado para o mundo tokenizado", diz.

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Campos Neto comentou ainda que essa agenda deverá ganhar dois novos blocos: o uso de inteligência artificial para "melhorar a vida das pessoas e para melhorar os procedimentos para criar mais segurança" e um bloco focado em dados, principalmente na melhoria da capacidade de "tirar vantagem deles".

"No final das contas, a gente poderia tokenizar esses dados e trocar esses dados por recursos, como se a poupança da pessoa ao longo da vida fosse feita não com dinheiro. mas também com os dados que ela produz", sugeriu o presidente do Banco Central.

Roberto Campos Neto será substituído no cargo por Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC. Já o projeto de desenvolvimento do Drex também vai continuar em 2025, com uma nova fase do seu piloto e testes de casos de uso. Não há uma previsão para o lançamento da iniciativa para o público.

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