Future of Money

Drex ‘com certeza não será a última peça’ de agenda de inovação, diz executivo do Banco Central

Depois do Pix e do Open Finance, Banco Central do Brasil não pretende parar inovação no Drex, a nova moeda digital brasileira

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília. (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 10h30.

O Banco Central do Brasil ganhou notoriedade em todo o mundo com o Pix e o Open Finance, e agora desenvolve o Drex. A nova moeda digital brasileira tem lançamento previsto para 2024 e “com certeza não será a última peça” da agenda de inovação da autarquia.

Em entrevista exclusiva à EXAME, João André Pereira, chefe de regulação do Banco Central, explicou como funciona para a autarquia se adaptar às novas tendências envolvendo a tecnologia e a digitalização financeira.

Segundo ele, “o Banco Central tem um papel de tentar criar um ambiente em que o mercado consiga se desenvolver” e já está em contato com diversas empresas para o desenvolvimento do Drex em um projeto piloto. Na criação do Pix, por exemplo, o mesmo foi feito.

“Por mais que muita gente fale ‘ah, vocês são os inovadores’, não. A gente cria, de fato um mundo, um ambiente em que o mercado consiga ter alguns graus de liberdade para pensar, para bolar produtos, e serviços. E, lógico, a gente vai criar algumas condições também para proteger o cliente, para poder proteger estabilidade financeira e tudo isso”, explicou.

“Então, a grande questão é que a regulação ajuda ao mercado para que o mercado possa pensar nas soluções. É isso que a gente está fazendo. A gente está abrindo para que o mercado pense nas soluções, usando toda essa infraestrutura que está sendo criada”, acrescentou.

  • Este conteúdo é parte do "Especial: Real Digital", que tem apoio da Mynt e patrocínio de Aarin Tech-Fin e Febraban. Para saber mais e acompanhar todos os conteúdos exclusivos com quem mais entender de Drex no Brasil, acesse a página do evento na EXAME clicando aqui. 

Cultura brasileira é inovadora

Para além das evoluções tecnológicas envolvendo as finanças está o comportamento do brasileiro, que segundo João André Pereira, é muito inovador e abraça as novidades. Dados de uma pesquisa recente da Febraban com a Deloitte já revelaram que o Pix é um fenômeno de adoção no país, com 88,7 milhões de usuários sendo que 48% são “heavy users”, que fazem mais de 30 transações com Pix por mês.

“No Brasil a gente tem um mercado muito sofisticado, a gente tem muitos inovadores. Eu acho que é cultural do brasileiro. Depois de passar por tantos problemas, tantas crises, questões inflacionárias, tudo. A gente tem toda uma criatividade que é muito latente no mundo dos empresários. Aqui no setor financeiro não é diferente”, disse João André Pereira, chefe de regulação do BC.

“E quando a gente abre essa possibilidade, coloca a tecnologia envolvida, as coisas acontecem e tem acontecido de forma bem interessante. E tokenização, Drex, tudo isso aí vem. É uma nova fase que vai ser bem interessante”, acrescentou.

O executivo do Banco Central ainda afirmou acreditar em uma “mudança cultural” da população brasileira, principalmente depois da pandemia de coronavírus, em relação à digitalização financeira.

“A pandemia mudou muito, acelerou demais o processo de digitalização e mudou ainda mais essa questão comportamental. Então, tudo isso junto acho que fez com que o Banco Central também parasse, olhasse isso já de algum tempo e aqui e ali era muito claro. Se você olhar as agendas para trás na agenda BC e mais depois a gente, até mesmo um pouco antes, com presidente Tombini era muito claro que a gente tinha a tecnologia como um dos impulsionadores de eficiência do sistema financeiro”, comentou.

Drex não será a última peça de inovação

João André Pereira acredita que depois de tantas evoluções com o Pix e o Open Finance, o Drex não será a última peça na agenda de inovação do Banco Central e haverá mais espaço para novas ferramentas e soluções no futuro que precisarão de adaptações e novas regulações.

Não, com certeza não [vai ser a última peça]. Eu vou te falar que acho que a gente nunca vai conseguir falar que é a última do jeito que é que a tecnologia avança, a gente sempre tem novidades, a gente sempre vai ter que observar o que chega e adaptar a regulação para que a tecnologia possa ser usada”, disse.

“Então é muito certo sim, eu te falo com toda certeza do mundo. Essa é a única certeza além da morte. Essa é a crença de que não é a última regulação. Não é a última peça do quebra cabeça, mas é uma peça importante”, concluiu.

Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Não perca tempo nem fique para trás: abra sua conta na Mynt e invista com o apoio de especialistas e com curadoria dos melhores criptoativos para você investir.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok  

Acompanhe tudo sobre:Drex (Real Digital)Especial: Real DigitalBanco Central

Mais de Future of Money

Senadora pede explicação para venda de bitcoin pelos EUA e alerta para prejuízos anteriores

Próximo secretário do Tesouro dos EUA afirma ser contra criação de Dólar Digital

Criptomoeda meme dogecoin pode ganhar ETF nos EUA ainda em 2025, diz empresa

Tether, maior empresa de stablecoins do mundo, anuncia mudança de sede para El Salvador