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Repórter do Future of Money
Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 14h00.
Nesta quinta-feira, 7, o Banco Central do Brasil realiza a primeira edição do “Encontro Anual Drex”, evento focado na nova moeda digital brasileira que tem lançamento previsto para 2024. Durante o evento, executivos da autarquia revelaram detalhes sobre o projeto, expectativas e opiniões.
Ricardo Mourão, chefe de gabinete da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, revelou que a tecnologia blockchain e DLT, empregadas no Drex, já eram estudadas pela autarquia há mais tempo do que se imagina e chegaram a ser consideradas para o projeto do Pix como um processamento alternativo do STR.
“Sempre houve essa discussão e essa preocupação do uso da tokenização e da tecnologia no âmbito das infraestruturas do mercado financeiro”, comentou Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistemas de Pagamentos do Banco Central.
Embora não tenha sido adotada para o Pix, a tecnologia blockchain agora integra o projeto do Drex e pode impulsionar a tokenização de ativos no Brasil. À EXAME, especialistas da CVM também disseram acreditar em um futuro com “tokens naturais digitais”. Em novembro, a EXAME realizou o "Especial: Real Digital" com a participação do Banco Central, CVM, Febraban, Visa, Mastercard e outros nomes da indústria para debater a moeda digital brasileira.
Outro acontecimento previsto após o lançamento do Drex é a convergência das finanças tradicionais com as finanças descentralizadas (DeFi), que oferecem serviços financeiros através da tecnologia blockchain e criptomoedas.
Nesse sentido, Rogério Lucca comentou sobre o impacto de DeFi e da tecnologia blockchain nos serviços na organização do mercado financeiro para uma economia tokenizada no painel “O papel das IMFs na transição para a economia tokenizada”.
“Acho que temos que separar o serviço e a instituição. O serviço que é prestado pelas instituições de mercado financeiro é essencial e vai continuar sendo prestado em uma economia tokenizada. Talvez com uma tecnologia e organização diferentes, mas vai continuar”, disse ele.
Rogério acrescentou que “você tem hoje em dia um ambiente e uma tecnologia que presta um serviço que também é prestado pelo mercado financeiro. Se por um lado vc tem agentes emergentes que muitas vezes não são regulados e começam a usar essa tecnologias para prestar serviços do mercado financeiro, por outro lado você tem uma reação também que são as próprias infraestruturas começando a prestar um serviço baseado nessa tecnologia e nessa organização diferente”.
“E um terceiro ponto é a entrada do BC e dos reguladores nesse ambiente como operador em grande parte provendo uma moeda de liquidação mas discutindo de uma forma geral no mundo afora e mais especificamente no caso aqui do Brasil, a construção de uma plataforma multiativos de forma distribuída que possa colher e tokenizar uma gama mais ampla de ativos financeiros”, concluiu o executivo do BC.
Durante sua participação no painel, Rogério ainda acrescentou que uma das entregas já previstas desde o piloto para o Drex é a entrega contra pagamento no nível do cliente final. “Hoje em dia a gente tem entrega contra pagamento no nível das instituições financeiras, então a tecnologia permite que você traga isso para o nível do cliente final. A atomicidade da liquidação permite que você faça uma liquidação em tempo real”, explicou.
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