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CO-CEO da Lumx
Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 09h30.
No último ano, o mercado de stablecoins apresentou avanços relevantes, demonstrando seu impacto não apenas como um instrumento financeiro para o universo cripto, mas como uma ferramenta poderosa para empresas, bancos e meios de pagamento.
Stablecoins, como USDT, USDC e DAI, já movimentam trilhões de dólares anualmente, com perspectivas ainda mais promissoras para o futuro próximo. Para entender como essas moedas estáveis estão moldando o futuro dos pagamentos, é essencial analisar sua base tecnológica, seus casos de uso e as tendências emergentes.
Stablecoins são criptomoedas projetadas para manter paridade com ativos do mundo real, como moedas fiduciarias (USD, EUR) ou commodities (ouro). A estabilidade em seus valores as diferencia das criptomoedas tradicionais, como Bitcoin e Ethereum, conhecidas por sua alta volatilidade.
Essa característica é alcançada por meio de mecanismos diversos, como colateralização com ativos reais ou algoritmos de balanço automático.
A importância das stablecoins se reflete em sua crescente adoção. Segundo dados recentes, o mercado global de stablecoins ultrapassou a marca de US$ 160 bilhões em capitalização, com um crescimento notável em aplicações como remessas internacionais, proteção contra a inflação e transações comerciais.
Para empresas de setores como bancos, fintechs e meios de pagamento, stablecoins se tornaram uma ferramenta essencial para aumentar a eficiência operacional, reduzir custos de transação e criar novos fluxos de receita.
Um dos usos mais populares das stablecoins está nas remessas internacionais. De acordo com estudos de mercado, mais de 80% das transações internacionais com stablecoins ocorrem em regiões como América Latina e Sudeste Asiático.
Em países como Argentina, onde a inflação ultrapassou 140% em 2024, stablecoins como USDC permitem que indivíduos e empresas protejam seu poder de compra, evitem a volatilidade cambial e reduzam custos de transferência.
Para grandes empresas, stablecoins possibilitam liquidações quase instantâneas. Elas são utilizadas para pagamentos a fornecedores, remessas salariais internacionais e liquidação de faturas, trazendo maior eficiência e simplificando processos financeiros complexos.
Grandes bancos também começaram a adotar stablecoins em seus produtos financeiros. O BTG Pactual, por exemplo, utiliza stablecoins para oferecer maior agilidade em transações internacionais e diversificação de portfólios. Além disso, a regulação crescente no setor cria um ambiente seguro para o uso corporativo de stablecoins, incentivando ainda mais sua adoção.
No universo digital, stablecoins se destacam em plataformas de micropagamentos, como freelancers recebendo pagamentos de contratantes internacionais. A eliminação de taxas bancárias e a rapidez nas transferências tornam as stablecoins uma opção ideal para a gig economy - modelo de trabalho baseado em empregos temporários, tarefas independentes ou contratos de curta duração.
Com a crescente regulação nos Estados Unidos, União Europeia e América Latina, o uso de stablecoins deve se expandir para novos mercados. A implementação do MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation) na Europa, por exemplo, é um marco para garantir segurança e transparência, impulsionando a confiança de investidores institucionais.
Na América Latina, países como Brasil e Argentina estão liderando a adoção, impulsionados por uma combinação de fatores como inflação alta, desvalorização cambial e avanços regulatórios. No Brasil, o Drex, iniciativa do Banco Central para criar um ambiente digital financeiro, destaca como stablecoins podem convergir com moedas digitais de bancos centrais para maior inclusão e eficiência no sistema financeiro.
Stablecoins serão cada vez mais usadas em conjunto com a tokenização de ativos reais, como imóveis e commodities. Essa integração permite transformar ativos tangíveis em representações digitais no blockchain, oferecendo maior liquidez, rastreabilidade e acessibilidade. Um exemplo claro é o Ethereum Green Bond, uma iniciativa que combina stablecoins e blockchain para criar investimentos sustentáveis com transparência e eficiência.
Esses títulos verdes financiam projetos como energia renovável e conservação ambiental, ao mesmo tempo que proporcionam aos investidores a segurança de transações verificáveis e rastreáveis no blockchain. Na prática, isso reduz intermediários e custos, democratizando o acesso a ativos anteriormente restritos e criando oportunidades em mercados antes inexplorados.
Com iniciativas como o Drex, no Brasil, e o Digital Euro, na Europa, stablecoins estão se tornando peças-chave na implementação de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). Essa convergência entre stablecoins e CBDCs promete transformar sistemas financeiros tradicionais em soluções híbridas e mais inclusivas.
Stablecoins estão rapidamente se consolidando como uma solução viável e acessível para a nova economia global. Para líderes empresariais e executivos de bancos e fintechs, é o momento de explorar como essa tecnologia pode transformar suas operações, reduzir custos e criar novos mercados.
Na América Latina, particularmente no Brasil, empresas locais estão demonstrando que é possível competir globalmente, oferecendo infraestrutura robusta e eficiente para impulsionar o crescimento do mercado de stablecoins.
Startups e instituições brasileiras têm mostrado que nosso mercado não apenas acompanha as inovações globais, mas também se posiciona como líder em soluções práticas e eficazes para meios de pagamento e tokenização de ativos, competindo com grandes players do setor.
O blockchain, com sua infraestrutura descentralizada e segura, é a base que sustenta esse ecossistema. Assim, à medida que o mercado continua a evoluir, é essencial que as empresas invistam em inovação e colaboração para se posicionarem à frente das transformações digitais que estão por vir. Stablecoins são mais do que uma ferramenta financeira, elas representam o futuro da interação entre economias digitais e tradicionais.
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