Future of Money

Diretor do BC prevê regras para o mercado cripto em 2024 e defende segregação

Em participação na CPI das Pirâmides Financeiras, Otávio Damaso falou sobre etapa de regulamentação infralegal do mercado

Banco Central será responsável por regular empresas de criptomoedas (Marcelo Casal/Agência Brasil)

Banco Central será responsável por regular empresas de criptomoedas (Marcelo Casal/Agência Brasil)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de setembro de 2023 às 16h09.

O mercado cripto brasileiro ganhou em 2023 o Marco Legal das Criptomoedas, que estabelece regras específicas para o setor. Entretanto, parte dessas medidas ainda depende da chamada etapa de regulamentação infralegal, responsabilidade do Banco Central. E Otávio Damaso, diretor de regulação do BC, afirmou nesta semana que a etapa deve ser concluída no primeiro semestre de 2024.

Em sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras na última quinta-feira, 31, Damaso falou sobre o processo de criação das regras que as empresas do setor precisarão seguir e da importância de ter medidas para proteger os consumidores. Entra elas, ele citou a chamada segregação patrimonial.

A prática envolve a separação de fundos de clientes e da própria empresa, evitando um uso indevido. A medida acabou ficando de fora do Marco Legal das Criptomoedas, e especialistas afirmam que o Banco Central - mesmo sendo o regulador definido pelo governo federal - pode não ter prerrogativa legal no momento para exigi-la.

Damaso disse que "esse é um desenho que será objeto de discussão. Em termos de salvaguardas pensamos na segregação patrimonial. Se o dispositivo voltar pelo Congresso veremos com bons olhos".

"A gente está estudando como podemos fazer, naturalmente sem a qualidade que haveria se estivesse no arcabouço legal, mas como a gente pode trabalhar algum tipo de segregação para evitar que o recurso da entidade se misture com o recurso do investidor. Isso vai dar segurança plena para o investidor? Não. A única coisa que daria segurança plena seria o dispositivo legal", explicou o diretor.

Atualmente, existem projetos de leis tramitando no Senado sobre o tema. Além disso, em entrevista à EXAME, o presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) afirmou que os deputados da comissão devem apresentar um projeto de lei na Câmara que trará a obrigatoriedade da segregação patrimonial.

  • O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Regulamentação pelo Banco Central

O diretor do Banco Central também defendeu outras exigências para o mercado de criptomoedas, como regras de prevenção à lavagem de dinheiro, para evitar o financiamento ao terrorismo e mecanismos de KYC, sigla que significa "conheça seu cliente". Ele citou, ainda, regras prudenciais e informações contábeis.

As regras, segundo Damaso, são "arcabouços regulatórios que se aplicam às instituições financeiras e queremos trazer para essas novas entidades que estão entrando no âmbito da nossa regulação", indicando quais medidas já estão sendo avaliadas pelo Banco Central para a etapa infralegal.

De acordo com o diretor, a previsão atual do Banco Central é que a consulta pública sobre a regulamentação do mercado de criptomoedas ocorra até o fim do quarto trimestre deste ano. Com isso, seria possível a divulgação das regras no primeiro semestre de 2024.

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Senadora pede explicação para venda de bitcoin pelos EUA e alerta para prejuízos anteriores

Próximo secretário do Tesouro dos EUA afirma ser contra criação de Dólar Digital

Criptomoeda meme dogecoin pode ganhar ETF nos EUA ainda em 2025, diz empresa

Tether, maior empresa de stablecoins do mundo, anuncia mudança de sede para El Salvador