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Vitreo anuncia primeiro fundo de investimentos em ativos de DeFi do Brasil

Fundo que investe em ativos de aplicações descentralizadas em blockchain começa a ser negociado no dia 8; operação é da QR Asset

 (imaginima/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 7 de abril de 2021 às 20h22.

Última atualização em 7 de abril de 2021 às 21h12.

A gestora de investimentos Vitreo anunciou nesta quarta-feira, 7, o lançamento de um fundo de investimentos focado exclusivamente em ativos de finanças descentralizadas, que oferecem produtos e serviços financeiros sem intermediários e são conhecidos pela sigla em inglês DeFi (de "decentralized finance"). É o primeiro produto do tipo a ser negociado no Brasil.

Disponível na plataforma da Vitreo a partir da próxima quinta-feira, 8, o fundo, que tem 100% dos ativos custodiados no exterior, é, por regra da CVM, exclusivo para investidores qualificados. O investimento inicial mínimo é de 5 mil reais e o fundo tem taxa de administração de 1,5% ao ano e taxa de performance de 20% sobre o que exceder o ICE US Treasury Short Bond Index TR mais 2% (em reais).

“O DeFi é uma classe de investimentos, dentre as criptomoedas, também ancorada em sistemas como empréstimos, seguros e pagamentos. O que difere do modelo tradicional é que todas essas transações são feitas por criptoativos distribuídos em plataformas de blockchain e não estão vinculadas a bancos e seguradoras”, explica George Wachsmann, sócio e chefe de gestão da Vitreo.

Segundo o gestor, a ausência de instituições financeiras como intermediárias dessas operações eleva a perspectiva de lucro para os investidores: “O setor que coordena essas transações vale trilhões de dólares e os agentes que mais lucram são os próprios bancos”, diz Wachsmann.

A inclusão do fundo Vitreo Cripto DeFi FICFIM IE no portfólio da gestora acontece em um momento em que o setor de DeFi cresce globalmente. Em abril de 2020, os projetos de DeFi tinha cerca de 800 milhões de dólares alocados no setor; hoje, são mais de 51 bilhões.

Além disso, de acordo com um levantamento da Binance Research, braço de pesquisa e análise da exchange Binance, essa tecnologia atraiu mais de um milhão de usuários em 2020, uma alta de 2.300% em comparação com o ano anterior.

A gestão do fundo será dividida com a QR Capital, especializada em produtos de investimentos relacionados aos criptoativos: "Após movimentos pioneiros no mercado, como o primeiro ETF 100% bitcoin da América Latina aprovado no mês passado, a QR Capital, através da sua gestora QR Asset, tem orgulho em participar como co-gestora em mais um fundo inovador que visa democratizar o acesso dos investidores brasileiros a um dos segmentos mais revolucionários do mercado de criptoativos: DeFi", disse Fernando Carvalho, CEO da holding QR Capital, controladora da QR Asset Management.

O executivo também falou sobre as estratégias e perspectivas para o novo fundo: "Os criptoativos comprados pelo fundo são selecionados pelos modelos de negócio promissores. Podemos dizer que após a consolidação dos criptoativos relacionados a protocolos, DeFi inaugura um ciclo de ativos que refletem a primeira onda de aplicações práticas das redes descentralizadas."

Apesar de inédito no Brasil, a iniciativa já aconteceu no mercado internacional. Em fevereiro, a Bitwise lançou um produto semelhante nos EUA, que atraiu mais de 32 milhões de dólares (quase 180 milhões de reais) em apenas duas semanas.

No curso Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da EXAME, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

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