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Unicórnio cripto: Mercado Bitcoin recebe R$ 1 bilhão do Softbank

Banco japonês avalia empresa brasileira em mais de US$ 2 bilhões e cria primeiro unicórnio do setor de criptoativos do país

Roberto Dagnoni, Reinaldo Rabelo, Maurício Chamati e Gustavo Chamati (Grupo 2TM/Divulgação)

Roberto Dagnoni, Reinaldo Rabelo, Maurício Chamati e Gustavo Chamati (Grupo 2TM/Divulgação)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 1 de julho de 2021 às 10h54.

A 2TM, holding que controla a corretora de criptoativos Mercado Bitcoin, levantou 200 milhões de dólares com o Softbank numa rodada de investimento Série B que avaliou a empresa em 2,1 bilhões de dólares - mais de 10,4 bilhões de reais.

O Mercado Bitcoin é a principal corretora de criptoativos do Brasil e conta com cerca de 2,8 milhões de clientes, o equivalente a quase 70% do total de investidores na B3, a bolsa de valores brasileira. A avaliação coloca a empresa como a oitava maior startup da América Latina por valor de mercado.

A 10,4 bilhões de reais, o valor de mercado do Grupo 2TM é quase o dobro do market cap do banco Modal Mais, que abriu capital recentemente e tem cerca de 1 milhão de clientes, de 5,8 bilhões de reais. Entre as empresas de capital aberto brasileiras, Marfrig e Companhia Brasileira de Distribuição (GPA) têm valor de mercado semelhante ao valuation do Grupo 2TM, de 13,23 bilhões e 10,5 bilhões de reais, respectivamente.

“Milhares de pessoas pelo mundo estão percebendo que ativos digitais e criptomoedas são, ambos, tecnologias inovadoras e reservas de valor eficientes, e o Brasil não é exceção a essa tendência”, disse Roberto Dagnoni, presidente do grupo 2TM, em comunicado.

Além da bolsa, a 2TM tem a carteira digital MeuBank, a custodiante BitTrust, a plataforma de equity crowdfunding Clearbook, a plataforma educacional Blockchain Academy, o MB Digital Assets, a MezaPro e a ParMais.

“Essa rodada Série B é fundamental para o grupo seguir investindo na sua infraestrutura, atendendo à crescente demanda do mercado financeiro por soluções baseadas no uso do blockchain. Ter o Softbank Latin American Fund conosco será fundamental para concretizar essa ambição, especialmente por conta da combinação incomparável de expertise financeira, profunda experiência no setor e ampla presença regional”, acresentou Dagnoni.

“O Mercado Bitcoin se tornou um líder global em criptomoedas. Nós ficamos impressionados pela compreensão que o Grupo 2TM tem do ecossistema brasileiro e da contribuição para a discussão em curso, sobre o ambiente regulatório no Brasil. Esses elementos colocaram a empresa não só como líder no país, mas como um player fundamental para atender a essa revolução do blockchain em toda a América Latina”, falou Marcelo Claure, CEO do SoftBank Group International e COO do SoftBank Group. "As criptomoedas têm um potencial incrível na região e estamos ansiosos para fazer parte dessa jornada incrível”.

De acordo com a 2TM, o investimento permitirá que a companhia chegue a 700 colaboradores até o final de 2021 e acelere o crescimento de empresas do grupo, inclusive levando a operação da corretora para outros países latino-americanos, como México, Argentina, Chile e Colômbia.

Não é a primeira vez que o Softbank investe no setor de criptoativos brasileiro. Em maio, o banco japonês já tinha investido 26 milhões de dólares (quase 130 milhões de reais) na gestora Hashdex, que possui fundos de investimento em criptomoedas e também o ETF cripto HASH11.

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