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Gestora de R$ 41 trilhões envia documentação para começar a investir em bitcoin

Maior gestora de investimentos do mundo, BlackRock envia documentação à regulador dos EUA e pode começar a investir em contratos futuros de bitcoin

BlackRock: gestora perdeu 1,4 trilhão em volume sob gestão (Bloomberg/Getty Images)

BlackRock: gestora perdeu 1,4 trilhão em volume sob gestão (Bloomberg/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 11h54.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 16h41.

Maior gestora de investimentos do mundo, com mais de 7,8 trilhões de dólares (41 trilhões de reais) sob sua gestão, a BlackRock se prepara para entrar no mercado de criptoativos. Segundo documentos enviados à Securities & Exchange Commission (SEC), a companhia pretende garantir que dois de seus fundos possam negociar contratos futuros de bitcoin.

Os papeis foram enviados na quarta-feira, 20, e mostram que os fundos "BlackRock Global Allocation Fund Inc." e "BlackRock Funds V" estão perto de fazer aportes em derivativos do maior ativo digital do mundo.

A BlackRock não divulgou qual plataforma será utilizado para as negociaçôes, mas a tendência é que, como a maioria dos investidores institucionais, o faça em bolsas que permitem a liquidação em dinheiro, o que a distancia das exchanges de criptoativos.

Atualmente, a Bolsa de Chicago (CME), é a única plataforma registrada na Commodity Futures Tradgin Commission (CFTC) a oferecer esse tipo de produto e, com a entrada de investidores institucionais no mercado cripto em 2020, se tornou a principal plataforma de negociação de derivativos de bitcoin no mundo.

É a primeira vez que a BlackRock demonstra interesse real no mercado de criptoativos. Em 2018, anunciou a criação de um grupo de estudos sobre o tema, mas nenhum movimento prático se deu desde então. Mais tarde, em novembro de 2020, o CIO para renda fixa da empresa, Rick Rieder, disse em entrevista que os criptoativos "vieram para ficar" e poderiam até substituir o ouro no longo prazo, por serem "muito mais funcionais" do que o metal precioso. O CEO da BlackRock, Larry Fink, também falou positivamente sobre os ativos digitais, dizendo enxergar potencial de se tornar "um mercado global".

Na última quarta-feira, entretanto, o envio da documentação junto ao órgão regulador dos EUA mostra um avanço em relação à entrada no mercado. "Alguns fundos poderão investir em contratos futuros de bitcoin", diz o documento enviado à SEC. Além disso, recentemente a empresa também iniciou o processo de contratação de um executivo focado em blockchain e criptoativos.

A entrada da BlackRock é vista com otimismo pelos investidores do mercado cripto, já que a entrada de investidores institucionais é fundamental para o crescimento e amadurecimento do mesmo — e, claro, também pela alta no preço dos ativos.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.

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