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A estreia da Coinbase na Nasdaq: US$ 100 bi em valor e alta volatilidade

Ações da corretora de criptoativos começam 55% acima do preço de referência, sobem outros 15% e colocam valor da empresa na casa dos US$ 100 bilhões

Coinbase estreou na Nasdaq nesta quarta-feira (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Coinbase estreou na Nasdaq nesta quarta-feira (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 14 de abril de 2021 às 17h15.

A Coinbase, maior corretora de criptoativos dos Estados Unidos, teve sua aguardada estreia na Nasdaq nesta quarta-feira, 14, com uma volatilidade típica das criptomoedas e valor de mercado próximo aos 100 bilhões de dólares.

Logo na abertura do pregão, os papeis eram negociados a 381 dólares, colocando a empresa em um valuation de 76 bilhões de dólares, considerando as 199,2 milhões ações em ciculação, ou 99 bilhões de dólares, se consideradas também as ações em tesouraria. O valor ficou mais de 50% acima do preço de referência de 250 dólares por ação divulgado pela Nasdaq na noite de terça-feira.

Em poucas horas, os papéis da companhia saltaram para 425 dólares, a máxima do dia até a publicação deste texto, o que elevaria o valor da Coinbase para mais de 100 bilhões de dólares de dólares. Na sequência, entretanto, as ações de ticker COIN sofreram retração até a faixa de 315 dólares e, no momento, são negociadas perto dos 330 dólares.

A alta volatilidade dos papeis, que lembram os ativos digitais que transformaram a empresa numa potência, também está ligada ao modelo de abertura de capital utilizado pela companhia: ao invés de um IPO tradicional, foi feita uma listagem direta, que é uma entrada na bolsa sem o processo de apresentação do negócio ao mercado, sem testagem de preços e sem a coordenação de bancos. Em linhas gerais, a empresa define um volume de ações a ser vendido e "se joga" na bolsa de uma vez.

A abertura de capital da Coinbase também animou o mercado de criptoativos. “Este é um momento decisivo para a indústria de ativos digitais, pois demonstra a maior credibilidade de um mercado que está amadurecendo rapidamente”, disse Hunter Merghart, diretor da corretora de criptoativos concorrente Bitstamp, ao CoinDesk.

“A listagem da COIN é a validação de uma tese de investimento de que os criptoativos não são mais um nicho de mercado”, disse Campbell Harvey, professor da Duke University, também ao site especializado em criptomoedas. “É um novo mercado dominante”, completou.

O otimismo levou o bitcoin a um novo recorde de preço: a principal criptomoeda do mundo chegou a 64.500 dólares, superando a marca acima dos 63 mil dólares registrada na terça-feira. No entanto, durante a tarde, passada a euforia do primeiro IPO de uma corretora cripto, o ativo sofreu correção e, no momento da publicação, é cotado na faixa de 62 mil dólares.

Ja os papeis da Coinbase, após a alta volatilidade das primeiras horas, se mantém estáveis na faixa dos 330 dólares e precisará de alguns dias até ter seu preço definido pelo mercado, que ainda analisa o comportamento da empresa, que anunciou recentemente lucro de 1,8 bilhão de dólares e aumento de 117% no número de usuários ativos no primeiro trimestre de 2021 em relação ao período anterior.

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