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40% dos brasileiros já usam meios de pagamento digitais, aponta estudo

Pesquisa sobre hábitos de consumo em 15 países mostra ritmo acelerado na adoção de novas tecnologias de pagamento no Brasil; Argentina lidera entre latinos

 (ZeynepKaya/Getty Images)

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GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 13h01.

Última atualização em 3 de dezembro de 2020 às 14h24.

"Generation Pay", estudo conduzido pela empresa de pesquisas Savanta, a pedido da norte-americana FIS, que presta serviços financeiros no mundo todo, mapeia como as diferentes gerações estão pagando e gastando dinheiro desde o início da pandemia em diversos países, inclusive o Brasil. Entre as descobertas da pesquisa, o crescente interesse por meios de pagamento digitais, já presentes entre todas as faixas etárias, que é usado por um terço da população. A pesquisa também descobriu, entre outras coisas, que cerca de 25% das pessoas já faz compras via redes sociais.

O levantamento se baseia em entrevistas realizadas com 15 mil pessoas, espalhadas por 15 diferentes países, em junho de 2020. Além do Brasil, fizeram parte da pesquisa Argentina, Austrália, Canadá, China, Colômbia, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Singapura, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

"Apesar dos jovens serem os grandes usuários das novas formas para pagamentos, todas as gerações já estão adotando as eWallets [carteiras digitais] de maneira regular, e o nosso estudo mostra que há interesse deste público mais sênior em acompanhar as tecnologias emergentes. Essa migração para métodos de pagamentos mais digitais já estava em andamento, mas se acelerou fortemente com a pandemia de Covid-19 e deve permanecer mesmo após o fim das medidas de distanciamento social" disse Juan D’Antiochia, Gerente Geral para Global eCommerce da Worldpay Merchant Solutions, que pertence à FIS.

D’Antiochia também acredita que o processo de ditalização financeira, que se intensificou no mundo todo durante a pandemia, é um caminho sem volta: "A pandemia acelerou um processo já em andamento, e abriu caminhos para consumidores mais conservadores iniciarem um contato com novos métodos de pagamento mais digitais, como o contactless. Esse tipo de pagamento, assim como as carteiras digitais, entregam uma experiência mais suave e sem atritos. Logo, mais positiva. Quando o usuário entende e acessa meios mais fáceis e seguros para fazer algo, dificilmente retorna aos processos anteriores”.

Dinheiro e cartões de crédito seguem dominantes entre os consumidores de todas as idades, mas as carteiras digitais já são adotadas por membros de todas as gerações, no mundo todo. No Brasil, 39,5% já utilizam a tecnologia no dia a dia — um número relativamente baixo quando comparado à países como China (63,25%) e Singapura (52,5%), mas acima de regiões como Espanha (32,5%), Reino Unido (31,25%) e Estados Unidos (39%).

O levantamento também mostra que, mesmo familiarizados e imersos no ambiente digital, os Millenials (24 a 39 anos) se mostram mais preocupados com segurança do que gerações mais velhas na hora de realizar pagamentos digitais – como eWallets e sistemas contactless. No entanto, a conveniência ganha da preocupação e essa é a geração que mais adota as carteiras digitais. No caso brasileiro, o uso dese tipo de ferramenta é mais intenso justamente nessa faixa etária, onde 46% dos entrevistados já adotaram seu uso rotineiro.

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As outras faixas etárias também já têm adoção considerável no país: 37% da Geração Z (18 a 23 anos), 40% da Geração X (40 a 54 anos) e 35% dos Baby Boomers (55 a 73 anos). O Brasil, aliás, é o terceiro país com mais Baby Boomers adotantes de carteiras digitais ou móveis entre os 15 pesquisados, atrás apenas da China (52%) e de Singapura (39%). Na América Latina, o país mais avançado em relação à adoção de métodos de pagamento digitais é a Argentina — 45% dos entrevistados e 57% dos Millenials.

"No Brasil, chegamos em um ponto tão efervescente do mercado de pagamentos que o objetivo é atender às expectativas e necessidades de todas as gerações, com um ecossistema que possibilita a oferta de diversos meios de pagamentos, com a entrega de uma experiência positiva ao consumidor. É claro que a transição para o digital é irrefreável, mas ela não acontecerá da noite para o dia. A possibilidade do comprador pagar como quiser, seja com cartão de débito, seja com uma eWallet, mostra o nível de maturidade do setor no país", afirmou D’Antiochia.

O lançamento do Pix, que permite pagamentos instantâneos móveis com o uso de QR Codes, além da implementação do Open Banking marcada para 2021, a popularização de bancos digitais e o crescimento do mercado de criptoativos, somada ao contexto de isolamento provocado pela pandemia, tendem a promover uma rápida mudança no cenário financeiro que, como mostra a pesquisa, já acontece em ritmo bastante acelerado.

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