Participação feminina em transações com criptomoedas no Brasil também atingiu recorde histórico (Getty Images/Reprodução)
A adoção de criptomoedas por empresas no Brasil registrou um novo marco importante no último mês de 2022. Dados divulgados pela Receita Federal trouxeram o quinto crescimento consecutivo nas declarações de CNPJs, encerrando dezembro com um recorde de 62.679, o maior número da série histórica, iniciada em agosto de 2019.
Com isso, o crescimento nas declarações por CNPJs entre janeiro e dezembro foi de 596%. Considerando apenas a variação entre novembro e dezembro de 2022, a alta foi de 37,5%. No início do ano passado, foram 10.503 declarações à Receita Federal.
Por outro lado, as declarações por parte de pessoas-físicas caíram após atingirem um pico em setembro de 2022. Foram 909.503 declarações de transações com criptomoedas por CPFs à Receita Federal. O valor representou a terceira queda consecutiva.
Na comparação com novembro de 2022, o recuo foi de 22%. O maior valor no ano foi de 1.495.551 transações declaradas por CPFs. o que também representou um recorde histórico. Mesmo com os recuos desde então, o número final de dezembro representou uma alta de 206% em relação a janeiro de 2022.
Em dezembro, as transações com criptomoedas declaradas à Receita Federal somaram R$ 10,883 bilhões, o segundo recuo seguido. O valor ficou distante do pico em 2022, de R$ 17,062 bilhões em maio, e o recorde histórico foi registrado em maio de 2021, de R$ 25,039 bilhões. A variação mensal foi de queda de 7,5%, enquanto o ano teve recuo de 22%.
As transações com uso de exchanges no exterior por parte de CPNJs foram as únicas que cresceram comparando dezembro e novembro de 2022. Com isso, o total transacionado nessa modalidade por empresas e CPFs subiu de R$ 631 milhões para R$ 691 milhões, mesmo com a queda por parte de pessoas-físicas.
Já as transações sem uso de exchanges recuaram de R$ 1,89 bilhão para R$ 1,66 bilhão. As transações via corretoras de criptomoedas nacionais continuaram dominando as declarações, mas recuaram de R$ 9,1 bilhões para R$ 8,5 bilhões.
Os dados da Receita Federal referentes a dezembro apontaram outro recorde histórico: o de participação feminina no mercado cripto. No último mês de 2022, a fatia de operações realizadas por mulheres atingiu um recorde histórico de 27,28%. O percentual no valor total das operações também foi inédito, de 17,38%.
Assim como em todos os meses de 2022, o bitcoin foi a criptomoeda mais declarada à Receita Federal em dezembro. Foram mais de 1 bilhão de operações, mas com leve recuo em relação a novembro. Ao todo, as transações somaram R$ 912 milhões, ante R$ 1,28 bilhão em novembro. O valor médio foi de R$ 764,15.
O ether também manteve a segunda posição, com 4,1 milhões de operações, um valor também menor que o de novembro. Ao todo, foram transacionados R$ 177,81 milhões, ante R$ 431,85 milhões um mês antes. O valor médio foi de R$ 431,45.
Considerando apenas o valor das operações, a stablecoin atrelada ao dólar tether (USDT) foi a que teve o maior total transacionado declarado à Receita Federal em dezembro. Foram R$ 8,4 bilhões, superando todas as outras criptomoedas e outras stablecoins ligadas ao dólar, como a USDC e a BUSD.
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