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Crypto Insights: Coinbase, uma máquina de fazer dinheiro

Os resultados da corretora de criptomoedas em 2022 proporcionam uma série de descobertas sobre o desenvolvimento do mercado nos últimos anos. Entenda como a Coinbase se tornou uma máquina de fazer dinheiro

A corretora foi uma das pioneiras no mercado de criptomoedas (Michael Nagle/Getty Images)

A corretora foi uma das pioneiras no mercado de criptomoedas (Michael Nagle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2022 às 10h58.

Última atualização em 29 de março de 2022 às 09h45.

Por André Portilho
@anportilho

A Coinbase é a maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, e uma das maiores do mundo. Foi pioneira no mercado americano, tendo iniciado suas atividades em 2012, quando pouca gente falava disso e o bitcoin valia apenas seis dólares.

Dez anos depois e com o preço do bitcoin em 40 mil dólares, a Coinbase é uma máquina de fazer dinheiro, com mais de 11 milhões de clientes ativos e presença em mais de 90 países. Além disso, no ano passado se tornou a primeira exchange de cripto a abrir seu capital na Nasdaq e hoje vale mais de 30 bilhões de dólares.

Analisar os resultados da Coinbase nos dá uma ótima visão do desenvolvimento do mercado cripto nos Estados Unidos e no mundo.

Além dos números absolutos, que são muito robustos, o que chama mais atenção é o crescimento observado no ano passado. A receita aumentou mais de seis vezes, o lucro, mais de 11 vezes, os ativos sob custódia, mais de três vezes e o volume transacionado, mais de oito vezes em relação ao ano anterior.

A receita anual foi de 7,4 bilhões de dólares e o lucro líquido de 3,6 bilhões. O valor dos ativos sob custódia atingiu 278 bilhões de dólares. Para quem acha que cripto ainda não é um mercado pra ser levado a sério, está na hora de prestar um pouco mais de atenção.

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Entrando mais a fundo em como esses resultados foram obtidos, conseguimos ter uma visão de como o mercado está evoluindo.

Dos 278 bilhões de dólares de ativos sob custódia, 51% vem do varejo, e 49% vem de clientes institucionais. Olhando para o volume transacionado, 32% vem do varejo e 68% vem de institucionais. Isso mostra uma grande mudança que ocorreu no mercado nos últimos dois anos: se antes ele era quase todo ocupado pelo varejo, essa situação se inverteu, confirmando a institucionalização que vem sendo observada.

Ainda em relação aos ativos sob custódia, o bitcoin representa 40% do total, e o ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum, 25%. Comparando esses números com o total negociado na plataforma, vemos que o bitcoin responde por apenas 24% do volume, e o ether 21%.

Podemos tirar duas conclusões disso: a primeira é que 55% do volume já está vindo de outras criptomoedas, que não são nem bitcoin e nem ether, o que mostra que o mercado está ganhando abrangência. A outra conclusão é que, pelo menos na Coinbase, existe uma desproporção entre o valor de bitcoin em custódia e o valor negociado. Isso pode indicar que as pessoas estão usando mais o bitcoin como um investimento de médio a longo prazo do que para especulação.

Outro fator interessante é que 32% dos clientes usaram outros serviços além da parte de negociação, como staking e aluguel de cripto. Mais uma vez isso nos mostra que o mercado está ganhando profundidade e abrangência, e com a evolução da regulação tem tudo para crescer ainda mais nos próximos anos.

O mercado de cripto no Brasil ainda é uma fração do americano, e a Coinbase não tem presença no mercado local. Mas quando olhamos para esses resultados e dados, o tamanho e a sofisticação do mercado brasileiro, temos uma boa visão do potencial que o Brasil tem em se tornar um polo de cripto na América Latina, gerando empregos e crescimento econômico. Basta para isso um marco regulatório que fomente a inovação e traga regras claras para os participantes.

A gente se vê semana que vem em mais um Crypto Insights!

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