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Crise bancária nos EUA reduz correlação entre preço do bitcoin e ações

Levantamento da corretora de criptomoedas Coinbase aponta que a relação entre ativos caiu 25%

Preço do bitcoin subiu em 2023 apesar da crise bancária nos EUA (Reprodução/Reprodução)

Preço do bitcoin subiu em 2023 apesar da crise bancária nos EUA (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de abril de 2023 às 11h33.

Última atualização em 3 de abril de 2023 às 12h09.

A crise bancária nos Estados Unidos não apenas ajudou o bitcoin a voltar a subir e encerrar o seu melhor trimestre em dois anos como também reduziu a correlação entre o desempenho do preço da maior criptomoeda do mercado e as ações americanas que compõem o índice S&P 500.

É o que aponta uma pesquisa realizada pela corretora de criptomoedas Coinbase divulgada na última sexta-feira, 31. De acordo com os analistas da exchange, a correlação entre o ativo e as ações que compõem o índice caiu para 25%, mostrando a diferença entre suas performances.

O estudo aponta que os mercados de criptomoedas mostraram "resiliência" mesmo com a crise bancária, que gerou fortes quedas nas ações ao redor do mundo devido aos temores de uma disseminação generalizada de falências, como em 2008. Apesar disso, março foi um dos melhores meses para o bitcoin nos últimos anos.

Segundo a Coinbase, a criptomoeda já vinha tendo um desempenho positivo desde a metade de fevereiro deste ano, quando ela começou a valorizar mais que outros ativos digitais. Ao mesmo tempo, ela expandiu sua dominância no mercado cripto, passando de 43,9% para 47,7% de todo o valor do segmento.

E esse desempenho ganhou ainda mais força no início de março, coincidindo com a crise bancária. Os analistas afirmam que "parte da razão é que o estresse no sistema bancário reforçou as propriedades de reserva de valor do bitcoin". Além disso, a criptomoeda foi beneficiada pela visão de que ela consegue operar fora do sistema financeiro tradicional.

Com isso, ela passou a ser vista como um ativo que "oferece uma proteção contra as condições atuais" do mercado. Para os analistas, a criptomoeda também foi beneficiada pelas preocupações em torno das definições regulatórias de outras criptos, conforme os reguladores dos EUA apertam o cerco contra o setor.

O relatório informa que, em maio de 2022, a correlação de preço entre o bitcoin e o S&P 500 chegou a um pico de 70%, indicando comportamentos bastante semelhantes entre os ativos. Já em março, ele chegou a valor de 25%.

Alta do bitcoin

Para especialistas, a forte alta do bitcoin em 2023 está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve  reforçada após as recentes falências bancárias , com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.

O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.

Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.

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