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Criptos seguem em queda após colapso de gigantes; bitcoin renova menor preço de 2022

Crise envolvendo FTX e Alameda Research ainda está longe de terminar, dizem especialistas; criptomoedas operam em forte queda

Mercado cripto tem mais um dia de forte queda; bitcoin vai ao menor preço de 2022 e Ethereum despenca (krisanapong detraphiphat/Getty Images)

Mercado cripto tem mais um dia de forte queda; bitcoin vai ao menor preço de 2022 e Ethereum despenca (krisanapong detraphiphat/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 9 de novembro de 2022 às 12h36.

O mercado cripto continua em forte queda de preços nesta quarta-feira, 9, após a confusão iniciada pela crise de duas das maiores empresas deste setor - a corretora FTX e a empresa de investimentos Alameda Research. Segundo especialistas, a trégua esperada pelos investidores ainda parece distante, e os ativos digitais devem permanecer em queda pelos próximos dias.

Nesta quarta, o bitcoin renovou o seu preço mais baixo de 2022, quando atingiu US$ 16.992 na mínima do dia até aqui. No momento, é cotado a US$ 17.718, com queda acumulada de 9% nas últimas 24 horas e 13,5% nos últimos sete dias.

Segunda maior criptomoeda do mundo, o ether, da rede Ethereum, vive situação ainda mais complicada. A queda nas últimas 24 horas passa de 15%, com o ativo cotado a US$ 1.234. Em 15 dias, a baixa acumulada é de 23,4%.

XRP, da Ripple; MATIC, da Polygon; e OKB, da corretora cripto OKX, são outros ativos do top 20 por valor de mercado com quedas de dois dígitos nas últimas 24 horas. As outras criptomoedas da lista, apesar de não caírem tanto, também operam no vermelho nesta quarta-feira.

O pior desempenho continua com os tokens que estão diretamente relacionados às empresas colapsadas, como SOL, da rede Solana, que cai 32% e é cotado a US$ 18,75, e FTT, cujo preço despencou para US$ 4,78, queda de 68,5% nas últimas 24 horas e mais de 81% na última semana.

(Mynt/Divulgação)

Perspectivas e tendências não são animadoras no mercado cripto

Com a crise em duas das maiores empresas do setor de criptoativos, os reflexos no mercado como um todo são gigantescos. Além dos problemas operacionais, da queda no preço dos tokens relacionados às companhias e das questões com os clientes da FTX, outro fator relevante é a grande exposição das empresas a ativos digitais.

Com o colapso e iminente necessidade de liquidar posições para gerar fluxo de caixa e honrar obrigações financeiras, o volume de criptomoedas colocadas à venda promove queda nos preços, que é intensificada pelo movimento de investidores que também se desfazem de suas posições.

“Após a [possível] aquisição da FTX pela Binance, o fluxo de vendas ainda é grande, muito por conta de problema de liquidez e insolvência da FTX. Ainda podemos ver uma correção do mercado e o bitcoin ainda tem espaço para continuar caindo", disse Guilherme Bento, sócio e especialista de criptomoedas da Acqua Vero Investimentos.

Thiago Rigo, da Titanium Asset, também prevê momentos difíceis para o mercado cripto: "Os investidores devem ficar mais atentos ao mercado institucional à espera de novos anúncios por parte dos CEOs da Binance e da FTX. Novos detalhes da negociação podem fazer com que as criptomoedas recuperem terreno, uma missão que será mais complicada principalmente para aquelas que têm relação com a FTX, como FTT e SOL. A maioria agora testa os novos fundos, principalmente o bitcoin, que registrou um novo fundo anual".

No longo prazo, cenário é mais positivo

Apesar das preocupações no curto prazo, os dois especialistas enxergam um cenário mais otimista para investidores de longo prazo.

"Para o investidor de longo prazo, a queda pode ser vista com bons olhos, porque surgem novas oportunidades para baixarem seus preços médios. Além disso, a tese para esses investidores não foi afetada, apesar de trazer uma insegurança. Para quem acredita nos ativos faz sentido continuar tendo exposição nesse tipo de produto no longo prazo”, afirmou Bento.

"Esse não foi o primeiro teste de estresse no mercado cripto, e nem será o último. O contexto ainda em construção dos criptoativos tende a reagir de maneira forte quando suas teses são testadas, e para passar por esses momentos os investidores também precisam ter teses fortes. No fim, com todos sendo afetados por momentos como esses, é importante sempre planejamento e paciência para passar pelos ciclos de mercado", completou Rigo.

Apesar da confiança dos especialistas para o longo prazo, o cenário ainda é de bastante incerteza para as próximas semanas. A possível aquisição da FTX pela Binance, que inclui uma série de riscos, pode indicar um caminho mais claro. Caso a operação falhe, o mercado dependerá de novos fatos relacionados ao resgate da FTX e da Alameda Research para que os investidores recebam boas notícias.

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